sexta-feira, 24 de junho de 2011

Napolixo

Napoli é mesmo como descrevem os guias: cheia de lixo, fedida, barulhenta e com um trânsito infernal. Não há contra-mão, farol vermelho ou calçada. Os carros circulam sem regras, as lambretas estão acima da lei. Vi famílias de 4 pessoas, 3 homens (incluindo um gordinho), crianças pequenas sem capacete e adolescentes dirigindo as tais motocicletas típicas italianas.

Conheci bem o centro histórico, o qual mesmo com tanta confusão, ainda é bonito. E o que me encanta nas viagens não é apenas a beleza do lugar, e sim a cultura, as pessoas... nesse ponto foi bastante interessante conhecê-la, ver as roupas, cuecas, lençóis ou edredons pendurados nos varais de frente para a rua e poder sentir o ritmo alucinante desse lugar.

Mesmo assim, Napoli não é imperdível. Há uma sensação de insegurança ao caminhar pela cidade, o que é típico na América Latina e não nos países europeus. As pilhas de lixos predominam principalmente na zona central, da mesma forma que vi nos noticiários há alguns anos e que até hoje a mafia não deixa recolhê-los.

Caso você ainda resolva andar por essas bandas, aí vão algumas dicas de pontos turísticos interessantes:

Vale a pena entrar no Chiostro della Chiesa Santa Chiara (Claustro da Igreja de Santa Clara), que nada mais é um jardim com afrescos, azulejos e laranjeiras, super bucólico.

A Chiesa de San Domenico Maggiore também é espetacular. Ainda bem que insisti quando vi a porta fechada. Assim que entrei, um órgão começava a tocar a marcha nupcial e o sol iluminou a imagem de San Domenico, formando reflexos coloridos no corpo do santo como um arco-íris. Com esta atmosfera, só me restou ajoelhar para apreciar o magnífico altar e agradecer a Deus por estar ali.

Havia muitas outras igrejas também, como a própria Santa Chiara, Gesù Nuovo e Sansevero, mas como a maioria fecha no horário do almoço, não consegui entrar. San Gregorio Armeno, porém, foi a única que gostaria de ter ido, por ser considerada uma das mais bonitas da cidade. O Duomo também é bonito por fora, porém o interior não me impressionou.

Fiz também o passeio por Napoli sotterranea, bem impressionante. Conta a história da cidade, dominada por gregos e romanos e também palco dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. Há algumas passagens de 1,6m por 50 cm, portanto o passeio não é recomendados para obesos ou claustrofóbicos. A descida é de 8m abaixo do solo, e para voltar tudo isso já deu uma boa canseira.

Saindo um pouco do centro histórico, visite também a área portuária, de onde saem os barcos para Capri e também onde podemos encontrar várias construções imperiais: Galleria Umberto I, Castel Nuovo, Teatro San Carlo e o Palazzo Reale, onde pude apreciar as enormes escadarias de mármore e também uma exposição sobre a Regina Marguerita di Savoia, que casou-se com seu primo Umberto I aos 17 anos, tornou-se rainha da Italia na época da unificação do país e foi mãe de Vittorio Emanuele.

Depois de toda essa caminhada, o ideal é saborear uma tradicional pizza napolitana, de massa grossa e pouco recheio, grande e individual. Fomos à pizzaria Sorbillo (Via Tribunali, 32), a qual recomendo, mas depois descobri que famosa mesmo é a Da Michele (Via Sersale, 13), eternizada por Julia Roberts no filme Comer, Rezar, Amar. Outra dica que não pude aproveitar foi o albergue Hostel of the Sun, que faz parte dos mais famosos do mundo (www.famoushostels.com). Ah, se eu soubesse disso antes!


Nenhum comentário:

Postar um comentário