domingo, 16 de dezembro de 2018

Última parada: Sydney

Sydney é daquelas cidades onde eu moraria facilmente. Aliás, acho que eu moraria em qualquer cidade da Austrália. Também amei Melbourne e Brisbane. Mas em Sydney me deu aquele tchan, sabe? Assim como já senti também em Toronto, em NY e em Madrid... 

Desta vez, pelo menos eu não tive apenas um dia para conhecer a cidade inteira. Fiquei 3 dias na cidade mais famosa da Austrália que, ao contrário do que todo mundo pensa, não é a capital do país (e sim Camberra, apenas a oitava mais populosa). 

No primeiro dia, eu estava sozinha e saí para conhecer os principais pontos turísticos da cidade. Comecei pela Sydney Harbour Bridge, que ficava perto do meu hostel (o Sydney Harbour YHA). A ponte liga o centro de Sydney a um bairro ao norte, com lindas casas e edifícios residenciais. É possível cruzar a ponte a pé ou de carro, e eu caminhei até metade para poder ver a cidade de vários ângulos diferentes. Também fiquei morrendo de vontade de fazer um passeio chamado Bridge Climb, em que você sobe a ponte até o topo pelas suas escadas. Mas o medo (e o preço) me fizeram desistir rapidamente. 

Caminhada pela Sydney Harbour Bridge

Dali fui para o Sydney Observatory e para o Bangaroo Reserve, que nos dão lindas vistas para a ponte. 

Vista da Sydney Harbour Bridge 

O próximo passo foi atravessar o centro histórico com destino à Opera House, o cartão postal de Sydney e onde todos os anos vemos a queima de fogos antecipada, quando já é Ano Novo na Austrália, mas aqui no Brasil ainda estamos no Ano Velho. 

O tamanho do edifício e a arquitetura impressionam. A Opera possui infinitas salas de concerto e de teatro, e também fiquei na vontade de fazer a visita guiada, ou até mesmo assistir a algum espetáculo que estava passando ali. Me contentei com a volta pelo lado de fora, que já foi deslumbrante, incluindo um show de luzes de tirar o fôlego que é apresentado nas suas paredes externas (ou conchas, como são chamadas), e que assisti sentada em uma das escadarias.


Mas só o lado de fora já é uma delícia. Há inúmeros restaurantes e cafés por ali, e milhares de pessoas, principalmente turistas. Eu literalmente fui atropelada por uma chinesa, que passou por mim como se eu nem existisse.    

Sydney Opera House

Saindo dali, fui para o Royal Botanic Garden, um parque gigante e maravilhoso que, mais uma vez, nos brinda com uma vista da Opera de outro ângulo. Um ótimo lugar para dar aquela relaxada e descansar as pernas depois de tanto andar... 

Depois dessa paradinha básica, ainda andei mais um pouco até o Chinese Garden, um parque lindo, com muito verde e arquitetura características. Quem foi que disse que eu não iria conhecer a cidade inteira em um dia?  

No dia seguinte, minha amiga Didi me fez companhia novamente, e partimos rumo a Manly Beach. Para chegar lá, pegamos uma balsa na Circular Quay, o terminal náutico que fica entre a Harbour Bridge e a Opera House. Novos ângulos diferentes desses dois pontos turísticos, para tirarmos milhares de fotos!

Manly Beach é uma praia bem bonitinha onde moram milhares de brasileiros que querem fugir dos altos preços de Sydney. Ficamos só passeando e nem entramos no mar, mas da próxima vez que eu for à Austrália, quero só aproveitar as praias...

De lá fomos para Coogee, com o objetivo de fazer uma caminhada até Bondi Beach, em uma estrada linda onde até um cemitério é um cenário fotográfico. Porém, quase no final do trajeto, fomos surpreendidas por uma chuva de verão, e acabamos fazendo o último trecho de ônibus. 

O último passeio (e o mais emocionante de Sydney) foi o Taronga Zoo, um zoológico com os bichos mais estranhos do mundo. Mais cangurus e coalas, demônios da Tasmânia e outros animais que eu nem sabia que existiam. Novamente eu fiquei doida e não queria mais sair de lá. Parecia uma criança tirando milhares de fotos de todos os bichos!

Foi ali também que "nasceu" o Sexy Coala, uma interpretação da Didi com um fantoche de pelúcia na lojinha do zoo, que nos rende muitas risadas até hoje. Ainda bem que está gravado para podermos relembrar esses momentos! 

Um super obrigada às minhas amigas Didi, Carol e Bruna, que me deram um motivo para ir para a Austrália e fizeram a minha viagem inesquecível! 💓  

Austrália, sua linda... I will be back!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Brisbane & Gold Coast

O próximo destino da viagem foi Brisbane, a terceira maior cidade da Austrália e onde mora minha amiga Carol. Didi foi comigo pra lá também, e encontramos nossa outra amiga Bruna, que eu não via desde os tempos de colégio, e que é mais uma brasileira morando na Austrália. 

Brisbane é uma mistura de cidade cosmopolita e litorânea, devido à sua praia artificial com vista para os enormes skyscrapers


A praia fica no bairro de South Bank, e vale a pena caminhar por aquela região. Além de dar um mergulho nas praias e piscinas, você também pode ir na Wheel of Brisbane, que permite uma vista espetacular, e na placa da cidade, um lugar mega instagramável! 


De lá você pode pegar uma das pontes que vai para o centro da cidade ou ainda um ônibus-barco pelo Brisbane River. Nós fizemos as duas opções, com o passeio de barco no final do dia, que nos proporcionou uma linda vista dos edifícios iluminados. 🌟


Uma vez mais, lá estava eu acabada no final do dia, depois de conhecer mais uma cidade em menos de 24h!

Realmente, não é fácil e nem rápido acostumar-se com a diferença de fuso da Austrália...


*****


Além de conhecer a cidade, fiz outros passeios ali por perto para conhecer a região. 

O primeiro foi o Coombabah Lake Conservation Park, um refúgio de cangurus onde eles ficam soltos pelo gramado bem pertinho da gente. Eu literalmente pirei e tirei milhares de fotos! Foi a primeira vez que eu vi um canguru de verdade e fiquei encantada com a forma com que eles pulam e como as mamães levam seus filhotes na "bolsinha". Muito, muito fofo!  



Também fomos no Springbrook National Park, e fizemos uma trilha bem de leve até um mirante com vista para o canyon e para uma cachoeira. Um passeio super gostoso, mas não imperdível.  



E, no dia seguinte, partimos para a tão esperada Gold Coast, que prometia lindas praias em pleno verão!


A primeira parada foi a famosa e super turística Surfers Paradise, um tipo de Guarujá australiano, com prédios altos, praia lotada e comércio bombando. Passeamos pela orla, comemos em um dos inúmeros restaurantes, mas não pegamos praia por ali, pois nosso destino final era outro: a queridinha Byron Bay.

Byron Bay sim, é o paraíso dos surfistas (e não Surfers Paradise, como o nome diz). A cidade pulsa na vibe cheer up, slow down, chill out. O símbolo da cidade é uma kombi estilosa (e claro que eu comprei um ímã de geladeira com esse formato!) e, para entrar no clima bicho-grilo-descolado, ficamos em um hostel.
 
O dia estava nublado e aproveitamos para fazer uma caminhada até o farol, com lindas praias e vistas pelo caminho, além de passar pelo ponto mais oriental da Austrália. Passeio super recomendado!

Foi ali que eu vi meu primeiro coala, dormindo tranquilamente em uma árvore pelo caminho. Aliás, descobri que os coalas dormem aproximadamente 16 horas por dia, e que as folhas de eucalipto provocam neles um tipo de "baratinho", que os deixa sonolentos. Meu fofurômetro explodiu!



Como qualquer praia de surfista, o clima é bem rústico e a noite promete. A cidade é lotada de bares, restaurantes e baladas, e fica cheia de gente no verão. Detalhe que na Austrália, a palavra Hotel também significa Bar, então quando for sair, não subestime as baladas com nome tipo "Beach Hotel".  

No dia seguinte, já era hora de voltar para Brisbane, e no caminho de volta ainda paramos em outras praias. Em Coolangatta Beach, finalmente tomei um banho de mar. Não tive coragem de dirigir do outro lado da estrada e deixei a direção do carro para a minha amiga que já morava lá...  



Veja mais dicas na página de Queensland.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Melbourne em 24 horas

Meu primeiro destino na Austrália foi Melbourne, a segunda maior cidade do país e onde mora a minha amiga Didi, que conheço desde a época do "colegial". Melbourne fica bem no sul da Austrália e, por este motivo, o clima é bem mais ameno. Mas, como eu fui no verão, estava tudo certo e não peguei nada de frio.

Como eu "perdi" dois dias de viagem no Chile, acabei ficando apenas um dia por lá e, mesmo com o jet lag na cabeça e as infinitas horas de voo até chegar ao destino, conheci praticamente a cidade inteira em 24 horas.

Primeiro, fomos nas Bathing Boxes, as casinhas de madeira coloridas que ficam em Brighton Beach e são utilizadas para guardar itens de praia, como cadeiras, guarda-sóis, etc. Elas são consideradas super históricas e custam uma fortuna! Mas, apesar de serem um clichê, fiquei apaixonada pelo lugar e quis tirar pelo menos uma foto em cada uma das 82 casinhas! 


Cada uma delas foi decorada com um tema diferente e a caminhada pela praia para conhecer todas elas é uma delícia. Só não esqueça o seu sapato no final, porque a caminhada completa tem mais de 1km e você terá que voltar todo esse trecho andando na areia para buscá-los, como fez a minha amiga! 😂

Outra situação curiosa que aconteceu foi que, logo depois de voltar para o carro, percebi que não estava mais com a minha câmera. Lembrava de estar com ela logo depois de voltar das casinhas, quando paramos em um café. Voltamos lá, mas ninguém tinha visto. Nesse momento eu  já estava em pânico, pois tinha acabado de comprar a câmera para viajar. Então resolvemos refazer o caminho que havíamos feito do café até o carro. E quando chegamos na frente da casa onde o carro tinha ficado estacionado, encontramos a bendita câmera no portão da casa, toda arrumadinha... Provavelmente eu deixei cair quando entrei no carro e alguém colocou lá para que pudéssemos encontrar! Fiquei impressionada com a honestidade e o cuidado dos australianos. 💗

Mas voltando ao turismo... Também passeei por diversas outras praias e parques da cidade, incluindo o Albert Park, que dá uma vista maravilhosa da cidade e de seus arranha-céus. 

Já o centro de Melbourne é repleto de pontes sobre o Yarra River, que alternam entre a arquitetura antiga e moderna. Vale a pena passear pelas pontes e também pela borda do rio, para ter uma vista de todos os lados. 



Um dos passeios que fiz por ali foi no Eureka Skydeck, um edifício (pasmem, residencial!) de 297 metros de altura, de onde você avista toda a cidade, inclusive por um chão de vidros de dar vertigem até em quem não tem medo de altura. 

De lá fomos para as Street Arts, várias ruas repletas de grafite, e também para o Melbourne Docklands, uma região portuária com diversos edifícios e esculturas arquitetonicamente polêmicos, restaurantes e também o Marvel Stadium. Enfim, mais um lugar delicioso para caminhar. 

E depois de toda esta andança, finalmente o cansaço bateu de verdade, e terminei o meu dia em Melbourne morta com farofa... ou, neste caso, com molho barbecue.  


Veja mais dicas em Melbourne City Tour.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Embrace the perrengue

Prólogo

Minha viagem para a Austrália foi muito rápida. Tá bom, eu sei que sempre dizemos isso quando voltamos das nossas viagens, mas nesse caso a distância e a diferença de fuso horário interferiram muito nessa minha conclusão. 

Porque eu literalmente fui até o outro lado do mundo para ficar apenas 9 dias! Não era bem esse o plano inicial, mas alguns perrengues acabaram reduzindo o tempo da minha viagem em 2 dias. Então, por que eu atravessei o mundo para ficar tão pouco tempo? 

Como eu sempre digo, as viagens são sempre uma questão de oportunidade... Pra começar, nesta época eu trabalhava em uma companhia aérea, que me dava direito a passagens gratuitas, porém sem a garantia de embarque. Além disso, tinha duas amigas morando na Austrália e essa seria uma ótima oportunidade para visitá-las. 

Vamos combinar que a passagem para a terra dos coalas e cangurus não é nada barata e, mesmo com o pouco tempo que eu tinha de férias, ainda valia a pena aproveitar este benefício. Até porque a tal da companhia aérea em que eu trabalhava fechou as suas portas logo depois dessa viagem e, se eu não tivesse ido pra lá naquela época, talvez nem teria ido até hoje...  

Voltando à passagem, foi justamente essa oportunidade de viajar gratuitamente, sem garantia, que fez com que meu tempo fosse reduzido. Na viagem de ida, fiz uma conexão no Chile e, desde que vi o bilhete, percebi que o tempo de conexão estava super justo. Mas, como era "aeromoça de primeira viagem", não sabia que, neste tipo de viagem, ainda teríamos que retirar a bagagem e fazer um novo checkin em cada conexão. 

Pronto, ao embarcar de São Paulo para Santiago entendi que seria realmente impossível embarcar no próximo voo do Chile para a Austrália a tempo. O que eu não imaginava era que, o próximo voo disponível seria apenas 2 dias depois, e que eu teria que fazer um pit stop não planejado no Chile...

Depois de muitas tentativas frustradas, que incluíam comprar um voo de outra companhia aérea e até voltar para o Brasil e desistir da viagem, resolvi "embrace the perrengue". E eu só me convenci quando descobri um passeio ali perto de Santiago, já que a ideia de ficar dois dias passeando sozinha em um lugar que eu já conhecia não me agradava nenhum pouco. 

Assim que me decidi, reservei um hostel de última hora, peguei um táxi e finalmente saí do aeroporto. Detalhe que, até chegar neste momento, até os funcionários do aeroporto já me conheciam pelo nome e o vendedor da embalagem de malas já nem me oferecia mais o seu produto, de tanto que eu tinha passado na sua frente.  

Foi assim que, da forma mais despretensiosa possível, conheci Cajón del Maipo, uma região próxima a Santiago com uma paisagem estonteante. Nem sei como eu nunca tinha ouvido falar desse lugar antes, mas hoje considero um passeio imperdível para quem passa uns dias por lá. 

Cajón del Maipo

Peguei um daqueles tours de um dia, em que uma van passa pelo seu hotel (ou hostel) e te leva nos principais pontos turísticos, sem que você precise pensar em nada. Ao chegar, você se depara com as montanhas da cordilheira dos Andes refletidas nas águas do Rio Maipo. O tour faz algumas paradas adicionais e, ao final, nos surpreende com uma mesa de queijos e vinhos ao pé da cordilheira, o segundo cenário mais impressionante do passeio.  

E assim, dois dias depois, lá estava eu novamente no aeroporto, quando finalmente consegui embarcar em um voo superlotado para a Austrália, não sem ficar naquela expectativa até o último minuto do embarque. Quando me chamaram para embarcar, eu disse ufa!


Epílogo

No retorno da Austrália, novamente tive que fazer uma conexão em Auckland, Nova Zelândia, e mais uma vez fui surpreendida pela impossibilidade de embarcar no voo agendado... Desta vez, não foi o tempo da conexão e sim a greve dos comissários da companhia aérea que me impediram. E aí, meu amigo, neste momento eu já estava bem mais relaxada e realmente aproveitei o momento!

Imediatamente reservei o hostel, fui pra lá e ainda consegui fazer alguns passeios pela cidade. Subi o Mount Eden, um vulcão inativo há tanto tempo, que a cratera é um gramado gigante. E depois passei pelo Albert Park, com seu maravilhoso Winter Garden.

Nem deu tempo de ir à Sky Tower, o principal ponto turístico da cidade, de onde você pode até pular de bungee jump. Quando a greve acabou no dia seguinte fiquei até com dó de ter que voltar para o Brasil... 

Auckland, com cara de quem não queria ir embora

E o que eu aprendi com tudo isso? 

Essas experiências (ou perrengues) valeram muito para eu me desapegar de roteiros pré-definidos, para encarar os imprevistos de uma forma melhor e para levar a vida mais numa boa. A forma que eu reagi na ida e na volta foram completamente diferentes, variando desde "não quero nem fazer mais esta viagem" até "queria ter ficado mais tempo nesta conexão não planejada"!  


Mas... e a viagem para a Austrália?

Ah, claro! Meu roteiro foi Melbourne ✈ Brisbane Sydney.

Mas isso eu irei contar nos próximos posts...