segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Buenos Aires Diferente

Buenos Aires é a cidade no exterior mais visitada pelos brasileiros. Apesar de sermos eternos rivais dos nossos “hermanos”, a cidade é o destino preferido pra quem quer dar uma esticadinha em um feriado ou sair do Brasil pela primeira vez, seja pela proximidade, pelo idioma ou pelo preço.

Já fui a Buenos Aires duas vezes e achei a cidade simplesmente linda. A arquitetura é antiga, há passeios diversificados, bons restaurantes e ótimas opções de compras. É uma cidade bastante segura, e provavelmente você nunca irá ser abordado com uma arma, mas mesmo assim fique de olho nos pertences, pois os “batedores de carteira” são bastante rápidos e você só irá perceber que ficou sem sua carteira quando precisar usá-la.


Além disso, Buenos Aires está bem barata para os brasileiros. O peso vale em média R$0,50 e o preço das roupas, cosméticos ou restaurantes é aproximadamente o mesmo, fazendo com que tudo custe a metade do preço do Brasil após a conversão. Os meios de transporte também são muito baratos, o bilhete de ônibus ou metrô custa aproximadamente R$1 e com R$20 você consegue cruzar a cidade de taxi.

O roteiro turístico típico inclui a Casa Rosada, sede do Poder Executivo Argentino, e a Catedral Metropolitana, que se encontram na Plaza de Mayo; o Caminito, uma rua colorida e cheia de turistas no bairro La Boca, onde vários insistentes irão te oferecer para almoçar em um dos restaurantes e assistir a um show de tango no meio da rua; e o Obelisco, que fica na Avenida 9 da Julio, e que os argentinos dizem ser a avenida mais larga do mundo!

Caso queira fugir um pouco dos turistas e não precisar entrar em um ônibus com visita guiada, a opção é fazer este passeio de bicicleta. Escolhi o passeio Buenos Aires Diferente da Bike Tours (www.biketours.com.ar) e simplesmente adorei! A cidade é plana e eles possuem roteiros bem legais em diversos idiomas. Cheguei até a ser entrevistada para uma rádio local durante o passeio e falei ao vivo, em espanhol.

Além do roteiro turístico, há também vários bairros que devem ser visitados: na Recoleta, há o famoso Cemitério da Recoleta, uma obra de arquitetura ao ar livre onde está enterrada Evita Perón. Seu túmulo não é um dos mais bonitos, mas o cemitério é uma verdadeira cidade, com cada túmulo representando a casa de uma das famílias ali enterradas, além de centenas de gatos passeando pelas ruas. Se não fossem alguns caixões mantidos acima do solo, digamos, na varanda das casas, você nem se lembra que está em um cemitério.

Na Calle Alvear encontram-se os maravilhosos edifícios e mansões antigas onde funcionam os consulados de diversos países (incluindo o do Brasil, que é um dos prédios mais bonitos!), lojas de grifes ou hotéis boutique. Aproveite para comer uma deliciosa empanada no San Juanino (www.elsanjuanino.com) e, de sobremesa, tomar um sorvete na sorveteria Freddo. Nos finais de semana, funciona também uma feirinha de artesanato na Plaza Intendente Alvear, que fica em frente ao Buenos Aires Design, um shopping de decorações a la D&D.

Outro bairro interessante é Palermo, perfeito para uma caminhada, com uma praça e um monumento em cada esquina e cheio de parques e áreas verdes: o Jardim Botânico, Jardim Japonês e Jardim Zoológico ficam neste bairro, e são passeios bem gostosos pra se fazer em uma manhã ensolarada. Em Palermo também está o Malba, o Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (www.malba.org.ar), que é uma ótima opção para quem deseja conhecer um dos vários museus da cidade.

Puerto Madero também é passeio obrigatório em Buenos Aires. Muitos restaurantes enfileiram-se ao longo dos diques, além de um cassino instalado num navio ancorado no porto (a lei argentina proíbe os cassinos na terra, mas não no mar!), em que você nem irá perceber que não está em terra firme. Aproveite para jantar um dia no Cabaña Las Lilas (www.laslilas.com), um restaurante com carnes e vinhos maravilhosos da mesma rede do Rubayat, onde você poderá provar um legítimo bife de chorizo. É em Puerto Madero que fica a Ponte de la Mujer, uma ponte modernista que liga Puerto Madero a um novo bairro residencial cheio de novos prédios em construção, através do Rio de la Plata. Use a imaginação e tente enxergar um casal dançando tango, que é o significado desta maravilhosa e única ponte.

Se você é louco por futebol como os porteños, pode fazer uma visita guiada na Bombonera, o estádio do Boca Juniors em formato de caixa de bombom, que fica no bairro La Boca. Se você tiver sorte, pode até assistir a um “partido” contra o arqui-inimigo River Plate, para sentir na pele o fanatismo dos argentinos pelo esporte. Dizem que as arquibancadas são tão íngremes que dá até vertigem, mas em compensação você irá assistir ao jogo bem de perto! Entretanto, o estádio é bastante afastado do centro e a região não é muito legal para andar pelas ruas, então tome cuidado para chegar lá.

Agora, se você gosta mesmo é de uma feirinha, aproveite uma manhã de domingo e conheça o antigo bairro de San Telmo, quando funciona uma enorme feira de antiguidades pelas ruas. Almoce no restaurante Don Ernesto e deixe seu autógrafo na parede, em meio ao de milhares de pessoas que já passaram por lá (se você conseguir encontrar minha assinatura e tirar uma foto ganhará uma garrafa de vinho!).

Na Avenida 9 de Julio também funciona o centenário Teatro Colón, famoso por sua arquitetura em estilo barroco. Aproveite para fazer uma visita guiada neste teatro que foi completamente reformado recentemente, ou ainda para assistir a uma ópera durante a temporada. Outra arquitetura impressionante é a Livraria El Ateneo, montada em um antigo teatro e onde os livros são só um pretexto. Reserve um dia para tomar um café no antigo palco enquanto aprecia os balcões iluminados e as pinturas no teto.

Outro passeio centenário é o famoso Café Tortoni, que você pode visitar tanto para um café da tarde ou para assistir a um tango à noite. Entre uma bocada e outra de medialuna (o típico croissant argentino em formato de meia-lua), você poderá observar os vitrais e colunas deste antigo edifício. Mas prepare-se, pois em alguns horários a fila é tão grande que você sentirá que não saiu de São Paulo...

Para quem quer assistir a um show de tango, prefira um show típico ao invés de um show para turistas. Fui no Sabor a Tango e simplesmente odiei, eu queria ver dança e a maioria do show era somente canto (incluindo a manjada “Don’t cry for me Argentina” apresentada de um balcão). Quase dormimos. Além disso, estes shows geralmente são caros, pois são acompanhados por um jantar (há também opções sem jantar). Neste caso, tanto o jantar quanto o vinho eram horríveis, e nossa vontade era de ir embora antes de acabar o show. Uma casa de espetáculos da qual eu já recebi algumas indicações foi a Señor Tango, que custa no mínimo 50 dólares e lembra um espetáculo da Broadway. Há também algumas escolas que oferecem aulas de tango, o que pode ser bastante interessante pra quem quer arriscar alguns passinhos novos.

Buenos Aires também é uma ótima opção para fazer compras de roupas de grife, perfumes, cosméticos, roupas e bolsas de couro. Além de ser mais barato que no Brasil, a cidade possui vários outlets a céu aberto, como a Calle Córdoba e a Calle Florida. Não se esqueça de pedir nas lojas o formulário do IVA para cada compra de artigos nacionais realizada, e chegue com antecedência no aeroporto na hora da volta para ficar na fila de brasileiros que solicitam o reembolso.

É obrigatório andar pela Calle Florida, onde há uma loja ao lado da outra, muitos camelôs vendendo lenços baratérrimos sobre suas cangas estendidas no chão, e ainda as Galerias Pacífico, um shopping que funciona em um edifício antigo que mais parece um museu de lojas de grifes em meio aos afrescos do teto. Minhas lojas preferidas desta região são a Prüne, de bolsas de couro e sintético, Ver, com roupas femininas baratinhas, e Portsaid, também de roupas femininas maravilhosas, mas não tão baratinhas assim. Para bijuterias e acessórios, fiquei louca na Isadora. E aproveitei também para comprar algumas caixas de alfajor para presentear os amigos no Brasil, na conhecida Havanna, ou na Abuela Goye, ambas igualmente deliciosas. Para variar um pouco do cardápio carnívoro, há vários restaurantes diferentes, como o Kansas, que fica dentro do Hipódromo de Buenos Aires, ou o Soberbia.

Para quem curte ficar em albergue, indico o Hostel Milhouse, que tem duas unidades bem localizadas perto da Av. 9 de Julio, e possui acomodações limpas e bem estruturadas. Fiquei em um quarto duplo, que, se não fosse pelos bicho-grilos encontrados no café da manhã, e pela ausência de uma TV e um frigobar no quarto, não deixa nada a desejar para um hotel. Além disso, para quem quer diversão, esta é uma ótima opção para conhecer gente nova. Todo dia há uma opção de lazer organizada pelo hostel, seja uma balada na Pachá, um show de tango ou um jogo de futebol na Bombonera.

E se você já tiver visto tudo isso, e ainda quiser conhecer algum lugar diferente, embarque no Tren de la Costa até os arredores da cidade e faça um passeio de barco pelo Rio Tigre, que mais parece um labirinto de ilhas com casas de veraneio.

Quando quer que você vá a Buenos Aires, confira as dicas da cidade no site www.ohbuenosaires.com. Y tengan todos un buen viaje!

domingo, 27 de novembro de 2011

Bariloche além do esqui

Todos os roteiros de Bariloche incluem uma semana de aulas de esqui, aluguel de roupas e equipamentos para quem curte – e quem quer se iniciar – neste esporte de inverno. Porém, para uma pessoa como eu, que não gosta de passar frio e nem de levar tombos, ao invés de conhecer este famoso destino, preferi optar por um roteiro bem diferente para conhecer a cidade e troquei o esqui por bicicleta, barco, cavalo, quadriciclo e moto de neve.

Como viajei sozinha, preferi ficar no Bariloche Hostel (www.barilochehostel.com.ar), onde conheci adoráveis argentinos e israelenses que se tornaram meus melhores amigos por uma semana. Com eles compartilhei alguns passeios, o café da manhã e a balada nossa de cada dia, o Wilkenny pub.

No primeiro dia, conheci o centrinho, repleto de lojas caras e com algumas particularidades como o Centro Cívico e a Catedral. No período da tarde, fiz um passeio de van com vários outros brasileiros, guiados por um engraçadíssimo guia. Depois, subi de teleférico (uma cadeirinha em quem você fica com as pernas penduradas) ate o Cerro Campanario, de onde se tem uma vista maravilhosa da região e do lago Nahuel Huapi. Mais tarde, fui também ao Cerro Otto, bem mais alto e ainda com neve em pleno mês de setembro, A montanha é acessível por um teleférico fechado que dá bastante medo, e lá no alto há um interessante restaurante giratório.

No segundo dia, fiz um passeio de bicicleta pelo Circuito Chico, uma rota de 30 km de subidas e descidas que você percorre em 6h e chega sem fôlego (e sem pernas) no final. Mas o passeio é lindo, com direito a vistas panorâmicas, lagos que refletem as montanhas como espelhos e fotos em companhia de um São Bernardo. Fazer este passeio de bicicleta faz toda a diferença!

Outro passeio que fiz foi ir de barco até a Isla Victoria e o Bosque dos Arrayanes (www.turistur.com.ar). Neste caso não recomendo ir sozinho, pois o passeio é freqüentado principalmente por casais, idosos e crianças, sem qualquer tipo de interação. A Isla Victoria não tem absolutamente nada, mas os Arrayanes são uma interessante vegetação, que os argentinos dizem ser a inspiração do Walt Disney para o filme do Bambi.

Visitei também o Cerro Catedral, o maior e mais importante centro de esqui de Bariloche. Há dezenas de opções de subida, porem escolhi ir até o Lynch, que me indicaram como a vista mais espetacular da montanha. Lá de cima, milhares de esquiadores equipados parecem formiguinhas deslizando sobre a neve branca, e mesmo sem estar esquiando, precisei alugar uma roupa específica para a neve, pois o frio é congelante.

Além de subir em mais alguns teleféricos, fiz também o passeio de moto de neve pelo Cerro Catedral (www.lacuevacatedral.com). Para chegar até a neve, primeiro você vai de quadriciclo pela base da montanha e depois troca para este outro veículo que nada mais é do que uma moto com um par de esquis no lugar das duas rodas. Adorei a sensação de dirigi-la, mas também de andar bem mais rápido na garupa do guia.

Um dos passeios mais interessantes de Bariloche é conhecer o Cerro Tronador, uma montanha que leva esse nome pois os movimentos da neve fazem um barulho igual ao de um trovão em dia de tempestade. É impressionante, e mesmo assim difícil de compreender que não se trata realmente de um trovão. O lugar onde paramos para escutar esta maravilha da natureza era de uma paz indescritível e se tornou meu novo santuário. O passeio inclui também uma caminhada por cachoeiras, caminhos de neve e termina no Glaciar Negro, uma mistura de neve com minerais que formam blocos de gelo negros, que mais parecem pedras em meio ao branco predominante.

Por fim, meu ultimo dia em Bariloche incluiu um delicioso passeio a cavalo pela região, em meio a lagos e bosques sem neve. No final, um maravilhoso almoço regado a vinho completou o clima mágico do passeio, com companhia agradável e direito a novos amigos.

Falando em comida, algumas dicas que tenho de restaurantes são o El Boliche de Alberto (www.elbolichedealberto.com), Tarquino (www.restaurantetarquino.com.ar) e Don Molina, todos com ótimas opções de carnes, entre outras culinárias típicas.

Depois de tudo isso, era hora de ir embora. Consegui conhecer muita coisa em Bariloche, mas não me incomodaria em visitar este paraíso novamente para repetir os melhores momentos. Para conhecer mais sobre Bariloche, visite o site www.vamosparabariloche.com.br.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

New York, New York

Hoje uma amiga me pediu dicas sobre Nova York, e me lembrei que há exatamente um ano eu estava lá! Já fui 3 vezes a esta cidade e sempre fica um gostinho de quero-mais, principalmente porque cada visita à cidade ocorreu de uma forma particular.

Da primeira vez, eu tinha 18 anos e estava fazendo intercâmbio, então estava em uma excursão com vários outros estrangeiros. Lembro-me apenas de ter conhecido o Central Park, a Estátua da Liberdade e o World Trade Center, que ainda existia naquela época. Fui ver a peça Cats, porém não acredito que seja a melhor para se ver na Broadway. Também acho que não vale a pena ir até a Estátua da Liberdade. O tamanho decepciona, e apesar de você poder subir pela escadaria de uns 200 degraus por dentro dela, ao chegar lá em cima terá uma vista limitada através da coroa da estátua por um tempo máximo de 2 segundos, já que a fila na escada atrás de você não permite que você tire nem uma foto. De qualquer forma, há alguns meses a estátua foi fechada para visitação e mesmo que você insista não poderá entrar. Outra opção bem mais interessante é tomar um ferry grátis no Battery Park para Staten Island e ver a estátua de longe, que de qualquer forma é linda.

Minha segunda viagem a Nova York foi bastante providencial, durante uma escala que eu fazia entre o Brasil e a Espanha. Então já que eu tive que dar a volta ao mundo pra chegar na Europa e que tinha lugar para ficar lá, aproveitei para parar por 3 dias e conhecer mais alguns pontos turísticos. Dessa vez, fui ao Empire State Building, ao Museu de História Natural, entrei na Saint Patrick’s Cathedral e na Grand Central Terminal e passei a mão no nariz, chifres e saco do Touro de Wall Street pra dar sorte. Pra completar, conferi a poluição visual da Times Square e fui assistir O Fantásma da Ópera na Broadway.

A última vez que estive em Nova York, porém, foi a mais espetacular de todas. Primeiramente, porque eu ganhei a viagem em um concurso de uma loja de bijuterias, em que respondi a uma pergunta e minha frase foi escolhida. Em segundo lugar, porque foi a primeira viagem que fiz em companhia da minha mãe e minhas duas irmãs, e foi maravilhoso vê-las pegando o gostinho de viajar e de fazer compras. E também porque, desta última vez, pude realmente sentir a vibe da cidade e deu vontade de ficar por lá!

Desta vez, como fomos com uma excursão, fizemos um city tour pela ilha de Manhattan que não deixou a desejar. O tour dura 3 horas e vale a pena para ter uma visão geral da ilha para depois poder conhecer melhor os pontos mais interessantes. No dia seguinte, também fizemos um tour no Woodbury Outlet, que fica no estado de New Jersey, mais ou menos a uma hora de Manhattan. Apesar de ser mais caro do que ir ao Outlet por conta própria, vale a pena pela comodidade, pois você com certeza voltará carregada de sacolas e irá agradecer por poder levá-las ao ônibus a cada 2 horas e por descer do ônibus direto pro seu hotel. O tour dura o dia inteiro, e as 7 horas de compras não são suficientes para ir a todas as lojas. Portanto, confira as suas preferências no site antes de sair (www.premiumoutlets.com/outlets/outlet.asp?id=7) e não perca tempo!

Aliás, você deve dedicar alguns dias para as compras em Nova York. Tudo é irritantemente mais barato, desde eletrônicos a roupas de cama, tênis e cosméticos. As melhores lojas de eletrônicos são a J&R (www.jr.com) e a Best Buy (www.bestbuy.com), além das lojas de marca como a Apple, que fica dentro de um cubo de vidro, e a da Sony, que tem até vendedores brasileiros. Quanto às lojas de departamento, ressalto a Century 21 (www.c21stores.com/manhattan), um complexo de 5 andares onde você terá que garimpar para encontrar as melhores ofertas, e a famosa Macy’s (www.macys.com), que tem absolutamente tudo o que você quiser encontrar. Pertinho da Macy’s tem também a loja da Victoria’s Secret, onde você poderá comprar os famosos cremes por $5, além de maquiagem, shampoos e lingerie. Outras lojas imperdíveis são a Toys R Us, M&M e Lego. A loja da Abercrombie & Fitch também atrai homens e mulheres, com seus modelos semi-nus.


Outro passeio inédito que fiz da última vez foi subir no Top of the Rock (www.topoftherocknyc.com), no prédio do Rockefeller Center. Apesar de não ser tão alto quanto o Empire State, você terá uma vista melhor da cidade, incluindo o Central Park e o próprio Empire State, que é mais lindo de longe do que de dentro. Portanto se tiver que escolher, eu recomendo esta opção, que além do mais, tem uma “viagem” de elevador que é o máximo! Deixe para ir no final da tarde, para poder curtir o pôr do sol após apreciar a paisagem.

Nova York também possui vários museus interessantes. O National History Museum é perfeito para adultos e crianças, portanto não deixe de ir. Ainda não consegui conhecer os demais museus, mas eu escolheria o Metropolitan Museum of Art (The Met, para os íntimos) e o Guggenheim Museum (www.guggenheim.org), de estilo modernista e com uma impressionante arquitetura circular.


Pra quem curte musicais, há muito além de Cats e O Fantasma da Ópera. No ano passado, fui ver Billie Elliot e achei fantástica a história do menininho que aprende a sapatear, além de ficar impressionada com os atores-mirins. Mas para quem não fala inglês, há também outras peças, cuja história você já conhece e assim não teria problemas para entendê-las. Entre elas, destaco A Bela e a Fera (que assisti no Brasil, mas foi o musical mais lindo que eu já vi) O Rei Leão e Mary Poppins. Outras opções tradicionais são A Família Adams, Chicago e Priscilla, a Rainha do Deserto, além de Wicked que não é tão conhecida pelos leigos, mas que é muito bem recomendada. Você pode ver a lista completa no site (www.broadway.com), mas para comprar, o ideal é ir até a Broadway à tarde e escolher uma das peças disponíveis. Seus últimos ingressos são vendidos por um preço bem mais em conta e às vezes com vista parcial do palco.

Depois da Broadway, vá ao Hard Rock Cafe (www.hardrock.com) que fica ali pertinho. Apesar de ser super turístico, é lindo por dentro e tem uma comida ótima e com preço acessível. Outro restaurante bacana é o Red Lobster (www.redlobster.com), que você irá identificar facilmente pela enorme lagosta que fica no alto (definitivamente, não existe lei da cidade limpa por lá). Além disso, há diversos restaurantes japoneses, chineses e até brasileiros na Big Apple, e também um Starbucks em cada esquina.

Mas Nova York não para por aí. Outros passeios interessantes e baratos são cruzar a Brooklin Bridge a pé ou andar pelo High Line (www.thehighline.org), um parque construído no lugar de uma linha de trem elevada. Não pude conferir pessoalmente, mas as fotos são ótimas! Bem que podiam aproveitar essa idéia no minhocão de São Paulo. Outro passeio que ficou só na vontade foi alugar uma bicicleta no Central Park para conhecer cada cantinho deste parque deslumbrante. Lá dentro tem também um zoológico, passeios de barco e o Strawberry Fields, um mosaico no chão dedicado à memória de John Lennon, que foi assassinado ali pertinho.

E por falar em tragédia, não poderia deixar de mencionar o Ground Zero, que fica onde antes se encontravam as Torres Gêmeas, reduzidas a cinzas em 2001. Hoje existe um museu no mesmo lugar (www.groundzeromuseum.com) e está em construção o complexo de 4 edifícios comerciais, incluindo o One World Trade Center, que terá 108 andares e ficará pronto até 2014.

Nova York nunca será a mesma depois do ataque de 11 de Setembro, mas posso dizer que está conseguindo se reconstruir com sucesso. É necessário no mínimo uma semana para conhecer bem a cidade e ainda ter tempo para fazer umas comprinhas. E já que após três visitas ainda não consegui conhecer tudo o que queria, vou aguardar o final dessa reconstrução para dar mais uma passadinha por lá!


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Mala é uma mala

Já entendi por que apelidaram gente chata de mala. Mala é uma mala mesmo! Quando me perguntam como foram as minhas férias na Europa, minha resposta padrão é: 'foram maravilhosas, só seriam perfeitas se eu não tivesse que carregar a mala!'. Viagem pela Europa de mochileira, ou melhor, de maleira, em que conhecemos várias cidades de uma vez, geralmente é assim mesmo. A maioria das cidadezinhas se pode conhecer em um dia, por isso acabamos trocando de cidade e de hostel praticamente todos os dias. Ou seja, um perrengue arrumar e desarrumar mala todo santo dia, carregar da estação pro hostel, do hostel pro quarto, de volta pra estação e, o pior de tudo, SUBIR NO TREM com a mala (alguém já reparou como as escadas dos trens são altas e íngremes?).

Fiquei extremamente orgulhosa quando consegui (ou achei que tinha conseguido) selecionar poucas roupas pra levar: 2 bermudas, 2 calças, 2 saias, 20 blusinhas de alcinha (que não pesam), uma rasteirinha, um tênis e uma sapatilha (que também quase não pesam). O problema foi a necessaire e a própria mala, que sem nada dentro já pesa uns 5 kg.

Mas, já no aeroporto, percebi que minha mala não estava tão levinha assim, e no primeiro dia em Napoli eu já não aguentava mais carregá-la! Agradecia a Deus por todas as escadas-rolantes, esteiras-rolantes e elevadores que Ele colocava no meu caminho, e quando eu pensei que Ele tinha me esquecido na última escada do metrô, uma santa se ofereceu pra me ajudar a carregr escada (não rolante) acima.

Quando chegamos na Costa Amalfitana, a tal mala foi ficando cada vez mais pesadinha, principalmente depois de comprar alguns cosméticos e garrafas de limoncello... Em Positano eu quase chorei quando vi aquela escadaria morro acima pra chegar no hostel, e uma mais pra chegar no quarto. Ainda bem que o Santo Cosimo, que trabalhava na recepção, nos ajudou no segundo "lance", pois nessa hora eu já tinha desistido. Pra completar, uma das rodinhas simplesmente gastou no meio do caminho e virou uma meia lua, fazendo um buraco no lugar do parafuso que lembrava um furo de orelha rasgada. 'La ruota è rota', eu não parava de dizer, querendo gastar o italiano que eu tinha acabado de aprender.

Até aquele ponto, eu ainda pensava em grudar um chiclete mastigado naquele buraco pra ver se funcionava como um durepox, mas a Sara, brasileira engraçadíssima que conhecemos no Vesúvio, sugeriu que, ao invés do chiclete, fizéssemos uma massa corrida com o pó cinza do vulcão que ficou impregnado em nossos pés (principalmente nos da Pati, que estava de rasteirinha) e usássemos pra fechar o buraco.

Claro que não tentamos nenhuma dessas táticas mirabolantes a la MacGyver, e com isso a mala foi gastando, gastando... até que no final da primeira semana ela parou de vez e não rodou mais! Se eu já não estava aguentando carregar com 2 rodinhas, imaginem sem uma delas... pensava a todo momento como os deficientes físicos se locomoviam na Itália, principalmente na Costa Amalfitana, onde as cidades são praticamente verticais.

Depois da Costa Amalfitana, fomos pro casamento da Silvia, e passamos 4 dias de principesse no Hotel Vittoria em Fenza. Nada de carregar mala durante esses dias! Pudemos deixar nossas necessaires no banheiro e tomar banho de banheira pra relaxar. Acabei deixando minha maldita mala na casa da Cecília, e só passei pra pegá-la no último dia da viagem, já que eu embarcava de Bologna.

Depois dessa mamata, voltamos ao nosso perrengue habitual. Eu, feliz da vida, carregando apenas uma mochila e uma mala de ombro. Mas como alegria de viajadeira dura pouco, depois de comprar mais 2 garrafas (desta vez, de vinho), a mochila ficou pesada novamente, e acabei deixando-a no locker da Stazione Centrale di Milano. Então, no último dia de férias, eu saí de Interlaken de manhã, tomei 4 trens até Milano, um metrô, peguei a mochila, mais um trem até Bologna e outro até Lugo. Jantei com a Silvia e a Ceci, peguei a mala, dormi no hotel em Bologna, peguei um voo até Madrid, outro até São Paulo, um taxi em Guarulhos e, ufa, cheguei em casa no dia seguinte à noite!

A saga da mala terminou hoje, quando acabei de buscar a maldita em uma oficina de malas lá no centro. O Sr. Américo, um velhinho meio gagá que deve fazer isso desde que nasceu, colocou uma roda nova, daquelas modernas que andam em pé e giram, no lugar da velha e gasta. O resultado foi uma mala manca, meio surrada, meio moderna e que provavelmente ainda vai me acompanhar por algumas viagens até chegar o dia em que eu terei coragem de aposentá-la de vez.

"Scrivere è viaggiare, senza la seccatura dei bagagli."

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Un giro in Italia

Muitos me perguntam o que fazer na Itália em 10, 15 ou 20 dias... e me pedem dicas do melhor roteiro e ordem das cidades. Portanto vou resumir o que penso, tentando me abster da minha opinião pessoal de que é o país mais lindo do mundo e revelando o básico e o mínimo de dias em cada lugar para que você tenha tempo de conhecer o imperdível.

Sempre digo que as principais cidades da Itália são Roma, Firenze (Florença) e Veneza. Apesar de serem extremamente turísticas, dispensam comentários, elas realmente valem a pena. Em uma viagem de uma semana ou 10 dias dá pra conhecer muito bem estas três cidades, totalmente diferentes entre si, e que representam vários estilos italianos. Você irá precisar de, no mínimo, 3 dias em Roma, 2 em Firenze e 2 em Veneza. Como há vários voos diretos do Brasil para Roma, sugiro conhecê-las nesta ordem, e o melhor meio de transporte entre elas é o trem, já que é inviável dirigir no centro dessas cidades e você também poderá aproveitar o tempo da viagem para descansar (ou ainda, para ficar admirando a paisagem, como eu).

Se você desembarcar em Milão, ou se tiver uns dias a mais de viagem, pode aproveitar também 1 ou 2 dias para curtir esta cidade. Mas, apesar de eu ter morado lá durante 3 meses, não diria que é uma cidade imperdível. O Duomo é realmente impressionante, imenso, maravilhoso, e você pode conhecer tanto dentro quanto em cima. É lindo andar pela “laje” da catedral e ver de perto os pináculos e gárgulas de estilo gótico, além de ter uma bela vista da cidade. Mas não tem muito mais que isso.

Na frente do Duomo, você pode passear pela Galleria Vittorio Emanuele e passar o calcanhar pelo touro pra dar sorte! E ali pertinho, a apenas algumas quadras de distância, está o Castelo Sforzesco, que pertencia às famílias da dinastia renascentista milanesa, e onde hoje se encontra a Pietà inacabada de Michelangelo. Outra obra importante de Milão é o afresco da última ceia de Leonardo, que fica na igreja Santa Maria delle Grazie. Mas para conhecer esta tela pessoalmente, você precisará reservar com alguns meses de antecedência, portanto planeje-se!

Se você der sorte, poderá assistir a uma ópera no famoso Teatro Scalla, ou ainda fazer umas comprinhas no quadrilátero da moda, uma rua onde concentram-se as lojas das principais grifes italianas. Na primeira semana de janeiro, e também no fechamento de cada estação, tenha paciência, pois as filas para entrar nessas lojas durante o saldi, as liquidações, são quilométricas.

Para concluir as dicas da cidade, tome um tradicional aperitivo no Naviglio, um canal que concentra os principais barzinhos da cidade. O aperitivo começa no final da tarde, em horário de happy hour, e você pode beliscar vários petiscos em estilo self-service pagando apenas a bebida que consumir. É uma ótima pedida para descansar de um dia de caminhada pela cidade.

Além das cidades mais turísticas da Itália, há outras duas regiões que considero imperdíveis: a Toscana e a Costa Amalfitana. Para andar pela Toscana, sugiro alugar um carro em Firenze, pois desta forma você poderá conhecer várias cidadezinhas em um dia no seu próprio timing. As mais charmosas são Montalcino, Montepulciano, Pienza, San Gimignano, Siena e Lucca. As três primeiras você pode conhecer em um dia, parando na estrada para apreciar a típica paisagem toscana, com seus campos verdinhos cheios de pinheiros... Além disso, pra quem curte vinho, esta região é um paraíso. Não deixe de entrar em todas as Enotecas para assagiare (experimentar) vários tipos de vinho e comprar uma garrafa de Brunello de Montalcino, ou Nobile de Montepulciano.

Lucca e Siena são cidades maiores e igualmente lindas, que merecem um dia inteiro para cada uma, portanto reserve no mínimo 3 dias para conhecer a Toscana. E se tiver mais um dia livre e bastante fôlego, conheça também Cinque Terre.

A Costa Amalfitana foi minha última paixão italiana, e você poderá acompanhar mais dicas nos posts anteriores deste blog. Reserve pelo menos um dia para Capri, um em Sorrento e um em Positano. Amalfi e Ravello você pode conhecer em um dia, saindo de Positano. E se quiser variar um pouquinho das cidades praianas, aproveite para conhecer também as ruínas de Pompei, que fica ali pertinho. Portanto, de 3 a 5 dias será suficiente para conhecer a região da Costa Amalfitana.

Por último, mas não menos importante, gostaria de destacar mais 2 cidades que considero importantes: Verona e Assisi. Caso você tenha tempo, vale a pena parar em Verona no caminho de Milão para Veneza, e em Assisi entre Roma e a Toscana. Em contrapartida, apesar de turística, eu não indicaria Pisa, a não ser que você tenha bastante tempo e dê uma passadinha por lá de carro durante os dias que estiver na Toscana. Você precisará de apenas 2 horas para tirar uma foto segurando a torre torta, como todos fazem, e de mais alguns euros para subir na torre, que na minha opinião não compensa. Como diria a minha amiga, se for pra ir pra lá só pra tirar uma foto, melhor fazer uma montagem!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

As estonteantes paisagens suíças

As paisagens são o ponto forte da Suíça. Em Luzern, você poderá subir nas montanhas de Rigi, Pilatus ou Titlis, cada uma com uma característica mais interessante que a outra. Mas, como sempre, subir nas montanhas também custa caro, portanto só se o tempo estiver bem claro, para poder apreciar a vista lá de cima.

Escolhemos o Mount Rigi (www.rigi.ch), que estava incluído no Swiss Pass. Para chegar, foi preciso um mapa e um manual: um barco de Luzern para Vitznau e um trem até o Rigi Kulm, o ponto mais alto da montanha a 1800m de altura, de onde se tem a vista mais bonita do lado de Luzern e das cidadezinhas da região. Na volta, seguimos a sugestão da recepcionista coreana do hostel e viemos por outro caminho, parando na estação de trem de Rigi Kaltbad, e de lá descendo a montanha de teleférico panorâmico até Weggis, que dá um medo tremendo de altura. Apesar de toda essa jornada anotada nos mínimos detalhes, o mais difícil era associar o nome da estação que estava sendo anunciada em alemão pelo motorista com o que estava escrito no papel!

O Mount Pilatus (www.pilatus.ch) talvez seja a montanha mais característica da região, que pode ser vista de qualquer lugar que você esteja devido aos seus 2 mil metros de altura. Para chegar até o topo, você também deverá pegar um barco, um teleférico e o trem mais íngrime do mundo, com uma inclinação de 48o.

A outra opção em Luzern é o Mount Titlis (www.titlis.ch), uma montanha de 3 mil metros de altura coberta de neve até mesmo no verão e com várias opções de prática de esportes. Para chegar lá, você irá embarcar no Titlis Rotair, um bondinho giratório com uma vista panorâmica de 360 o. Além de tudo isso, você poderá conhecer também o Titlis Glacier Park, uma espetacular gruta de gelo nos Alpes suíços.

Saindo de Interlaken, você também poderá visitar várias montanhas da região, fazer caminhadas ou conhecer as charmosas vilas suíças. A montanha mais alta da Europa é o Jungfrau (www.jungfrau.ch), que está a 3.454 metros acima do nível do mar e com neve garantida durante todo o ano. Aliás, mesmo no verão, leve um casaco de inverno, pois você se sentirá em um congelador. Apesar de toda a expectativa para visitar o Jungfrau, acabamos não subindo, pois o dia estava nublado e desta forma não compensaria pagar os CHF170 (aproximadamente R$ 350) para conhecer este ponto turístico.

Por causa do mau tempo e dos altos custos, acabamos optando pela visita a Trummelbach Falls, que também não deixa a desejar. A cachoeira é formada do degelo das montanhas Eiger, Mönch e Jungfrau, e desce os Alpes pelo meio da montanha. Para conhecê-la, você deverá subir por um trem-elevador dentro da montanha e depois visitar todos os pontos que possibilitam uma vista única de cada cachoeira. Saindo de lá, conheça também a pequena vila de Gimmelwald, acessível através de um teleférico praticamente vertical até o topo da parede rochosa.

De Gimmelwald parte também o teleférico para o não menos famoso Mount Schilthorn (www.schilthorn.ch), eternizado pelo filme de James Bond e de onde você poderá admirar uma espetacular vista a quase 3 mil metros de altura no restaurante giratório Piz Gloria. Na volta, tome um trem até Grütschalp e de lá desça de teleférico até Lauterbrunnen, onde você poderá embarcar em um trem até Interlaken.

Enfim, na Suíça há muitas paisagens de tirar o fôlego. Lagos, montanhas e cachoeiras são rodeadas pelo verde das montanhas. Os Lagos Lugano e Lucerna são enormes e sempre presentes na paisagem. Entretanto, se você for à Suíça no inverno, a paisagem será bem diferente do verão, e a cobertura de grama verdinha das montanhas será substituída pelo branco da neve.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Conhecendo a Suíça de trem

Suíça é linda e cara. Depois de passar duas semanas na Itália “mangiando molto” e aproveitando os saldi de roupas e bolsas, aqui estamos, tendo que economizar até com água mineral e enchendo nossas garrafinhas com a água da torneira que vem dos Alpes. Nossas refeições diárias são compradas no supermercado, assim podemos nos esbaldar nos queijos e chocolates deliciosos que há por aqui. A única exceção foi o racklete e a batata rostie, as tradicionais delícias que tivemos que experimentar em um restaurante. Os supermercados são um capítulo à parte. Até eu que não gosto de fazer compras fiquei enlouquecida com os iogurtes, sanduíches, comidas e bebidas prontas... Mas mesmo assim, tudo é caro. Paguei 3 CHF (Francos Suíços) em uma pasta de dentes, o equivalente a R$7, e R$1,50 em um pão francês!

Outra coisa que impressiona é a alta tecnologia e a pontualidade desse país. Não é de se espantar que a Suíça fabrica os relógios mais desejados do mundo! Cada ponto de ônibus possui uma maquininha para comprar os bilhetes, que são emitidos 1 segundo após você inserir as moedas. Há também um painel indicando o tempo exato que falta para chegarem os próximos ônibus. Sem atraso, tudo extremamente planejado. Os ônibus também possuem uma TV dentro, indicando as próximas paradas e em quanto tempo você irá chegar lá. Todos são rebaixados e sem poluição, permitindo que idosos, crianças ou mães com carrinhos de bebê entrem e saiam sem dificuldade.

Foi bastante difícil escolher o roteiro para conhecer a Suíça em apenas 5 dias. Depois de conhecer tantas igrejas e centros históricos nas cidades italianas, eu queria mesmo era apreciar as famosas paisagens suíças. Por isso, escolhi conhecer Lugano, na região italiana, e Luzern e Interlaken, na região alemã. Ficou faltando a região francesa (Geneve, Lausanne e Montreux), mas seria muito longe ir até lá e voltar em tão pouco tempo. Berna acabou sendo uma decisão de última hora, e Zurich ficará para a próxima viagem. Se você quiser conhecer cada cantinho desse país maravilhoso e organizado visite o site www.myswitzerland.com.

Em Interlaken fica um dos melhores hostels do mundo, o Balmer's Herberge (www.balmers.com). Ele faz parte dos Famous Hostels da Europa e possui toda a infraestrutura necessária para o turista, incluindo lanchonete, passeios, internet, um super café da manhã e uma balada obrigatória no sub-solo.

A Suíça é também uma referência nos meios de transportes, incluindo um museu imperdível que fica em Luzern. Trens, teleféricos, barcos e bondinhos funcionam com segurança e com a pontualidade de sempre. No Museu Suíço dos Transportes é possível conferir diversos modelos de carros desde o início do século, fazer uma simulação de voo de helicóptero ou avião ou ainda visitar o planetário.


Para irmos de uma cidade a outra, preferimos comprar o Swiss Pass (www.swisstravelsystem.ch), o passe de trem que também dá direito a descontos nos barcos, teleféricos e entradas em museus. A natureza que se vê da janela do trem também impressiona. As paisagens são maravilhosas, com lagos, montanhas e casinhas no meio de gramas verdinhas e paredões de pedra. Tudo muito arrumadinho, limpo e bem cuidado e com direito a vaquinhas malhadas com sininho no pescoço, que mais parece o cenário da propaganda do Milka.

Mas também há várias rotas panorâmicas super famosas, que não estão inclusos no Swiss Pass, mas que possuem alguns descontos. Infelizmente, acabamos optando pelos trens normais e não conhecemos estes roteiros, mas mesmo assim detalho aqui abaixo. Você deverá fazer a reserva com antecedência se quiser aproveitar estes passeios, que também custam bastante caro.

O mais famoso é o Glacier Express (www.glacierexpress.ch), que liga Zermatt a St. Moritz, a famosa estação de esqui no leste da Suíça. Em uma rota especial, passa por 91 túneis e 291 pontes espetaculares. O William Tell Express (www.williamtellexpress.ch) e o Bernina Express (www.rhb.ch) ligam a região italiana de Ticino, na Suíça às demais regiões, e incluem trajetos de barcos, montanhas de gelo e descidas de tirar o fôlego. E por fim, para conhecer a região francesa da Suíça, você pode optar pelo Golden Pass Line (www.goldenpass.ch), que liga Luzern a Montreux, passando por vários lagos, vinhedos e desfiladeiros.



Apesar de pequena, a Suíça possui diversas opções de turismo, paisagens estonteantes e cidades românticas. É também um ótimo país para fazer esportes como caminhada nas montanhas, bicicleta, escalada ou esportes radicais como paragliding e pára-quedas. Com certeza terei que incluir este país maravilhoso em uma próxima visita à Europa para poder conhecer mais um pouquinho destes roteiros!


sábado, 9 de julho de 2011

Cinque sono le terre... que mi portano a te

É impossível escolher qual das cinco vilas é a mais charmosa. Cada uma delas tem o seu carisma, a sua característica. A Via dell'amore em Riomaggiore; as casinhas coloridas de Manarola; a paisagem dos vinhedos de Corniglia; a vista maravilhosa chegando a Vernazza pela trilha; e por fim, um banho de mar em Monterosso.

De Riomaggiore até Manarola o caminho é fácil, asfaltado, sem subidas e dura apenas 15 minutos. Você irá caminhar pela Via dell'amore, uma rua onde os casais aproveitam para trancar o seu amor com um cadeado e jogar a chave fora... no mar... pra ninguém conseguir roubar!

A melhor forma de conhecer as cinco vilas em um dia é começando de sul a norte, ou de leste a oeste como eles dizem por lá. Riomaggiore, a primeira cidade ao sul, é bastante acessível de trem ou de carro saindo de Lucca, que vale a pena aproveitar pra conhecer se você estiver por ali.

Mas não vá se acostumando porque dali pra frente as trilhas vão ficando cada vez mais difíceis. De Manarola a Corniglia o percurso dura meia hora, mas como estava interditado tivemos que ir de trem. De Corniglia a Vernazza 1,5h e de Vernazza a Monterosso 2h de caminhada, com subidas e descidas bem íngremes, portanto vá preparado. Além da trilha, você terá também que escalar 382 degraus para chegar em Corniglia!

Mas mesmo que você esteja inspirado para fazer exercícios, preste atenção para chegar na primeira cidade bem cedo, senão você não terá tempo de ir até a última até o final do dia, considerando que você irá querer conhecer um pouquinho de cada cidade. Uma opção é levar um lanche para o almoço e economizar o tempo do restaurante, que pode ser desfrutado em Monterosso à beira mar como recompensa por todo o esforço que você fez até ali.


Para não cair nesta armadilha, acabamos fazendo também o último trecho de trem, economizando algumas horas e muitas calorias. O calor estava muito forte, portanto não deixem de levar boné, protetor solar, água e repelente. Depois da trilha tomamos um delicioso sorvete (como sempre) para refrescar.





E ao chegar em Monterosso, a última das cinco vilas, tomamos um delicioso banho de mar, que só seria melhor se a praia fosse de areia e não de pedras como é típico do Mediterrâneo. Eu e outras turistas que estavam por ali parecíamos umas patas tentando sair da água pisando naquelas malditas pedras. Tentei até usar minhas Havaianas, mas elas foram levadas pela primeira onda e felizmente, ficaram me esperando lá em cima, juntinhas. Apesar de toda a falta de jeito, a água morna valeu a pena, e só não ficamos mais porque estava no horário do nosso trem de volta a Firenze!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Un giro in bicicletta fino a San Gimignano

O passeio até San Gimignano reuniu 2 prazeres em uma viagem só: conhecer "questa città molto carina" e também poder pedalar por uma das regiões mais lindas da Itália: a estrada do Chianti Clássico, aquele vinho deliciosíssimo, caríssimo e famosíssimo. Então você já pode imaginar que encontramos nada mais, nada menos, que paisagens verdes, oliveiras e vinhedos pelo caminho.

Reservei o passeio Downhill to San Gimignano pela Internet, no site www.ibiketuscany.com, mas quando chegamos lá havia muitos passeios de bicicleta anunciados nos hotéis, bem mais baratos do que o que pagamos, um valor salgadinho de €130 por pessoa. O roteiro iniciava em uma van no centro de Firenze, de onde partimos até Castellina, uma cidadezinha minúscula como todas da Toscana, por onde iniciamos nossa pedalada. Quer dizer, pedalada seria um elogio, já que de lá até Poggibonsi foram 16 km de descida, um pouco frustrante para quem queria se exercitar e queimar no mínimo a pasta do jantar anterior. Pelo menos assim pudemos parar a todo momento para tirar milhares de fotos...

Poggibonsi, nossa parada final sobre a bicicleta, mais parecia Cubatão, com suas indústrias cheias de chaminés estragando a paisagem verde que havíamos visto durante toda a manhã. Então, nesse ponto, as bikes foram para o porta-malas e nós fomos para dentro da van!


De lá até San Gimignano foi super rapidinho. Esta é uma das cidades mais visitadas da Toscana, e dá pra entender por que. Praças, fontes e lindas construções embelezam a cidade, e dá vontade de tomar um sorvete em cada esquina pra espantar o calor. Milhares de turistas, incluindo muitos brasileiros, se misturam com a paisagem histórica.

Pena que a estada em San Gimignano foi curta, mal deu tempo de almoçar e dar uma volta pela cidade. O almoço foi maravilhoso, regado a vinho e com direito a vista para os vinhedos da região.

No final, depois do curto tempo de pedalada e de caminhada pela cidade, ainda estávamos com um gostinho de quero mais, e pedimos à nossa motorista Elizabeth que nos levasse a um campo de girassóis que o garçom do restaurante nos indicou. Ainda bem que ela topou, assim pudemos apreciar de perto essa maravilha da natureza, que fez valer cada centavo de Euro que pagamos pelo nosso passeio!


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Firenze no verão

A Toscana é considerada por muitos a região “più bella” da Itália, cheia de cidadezinhas que, quanto menores, são mais charmosas. Entre elas, você poderá apreciar os vinhedos, pinheiros típicos da região, além dos maravilhosos campos de girassóis. Por sorte conseguimos parar em um deles e tiramos milhares de fotos a la “Anne Guedes” (com a diferença é que a modelo tinha alguns aninhos a mais...).

Passamos 3 noites em Firenze, a capital da Toscana. Não para visitar a cidade, pois já havíamos estado antes, mas sim para podermos chegar até as cidades vizinhas sem termos que mudar de hotel. Mesmo assim, tivemos tempo de dar uma voltinha por lá no primeiro dia e rever os principais pontos turísticos, como a Ponte Vecchia, cheia de lojas de jóias, a Piazza della Signoria com as suas estátuas de David e de figuras mitológicas, e o suntuoso Duomo, que desta vez não achei tão lindo quanto da primeira vez. O mármore branco que envolve a catedral estava sujo e mal cuidado, com algumas partes em reforma, e as filas para conhecer o interior eram gigantes desde às 9h da manhã. O calor era insuportável, chegando a alcançar 38,5⁰ na rua e a cidade estava lotada de turistas, se acotovelando para tirar fotos na frente dos monumentos. Fora o trânsito que pegamos pra chegar e sair da cidade, nem parecia que eu estava de férias a milhares de quilômetros de São Paulo.

Como o calor e a quantidade de turistas também contribuíram para alterar a paisagem, meu conselho é: não vá a Firenze no verão! Da primeira vez que fui, em pleno inverno, na primeira semana de Janeiro, achei que era a cidade mais linda que já havia visto. A arte e a cultura predominam, representadas nas pinturas e esculturas que podem ser vistas nas igrejas, na rua ou na Galleria degli Uffizi, onde se pode apreciar as obras de todas as Tartarugas Ninja – Leonardo da Vinci, Michelangelo, Raffaello e Donatello – além de Tiziano, Caravaggio e outros artistas renascentistas.

À noite, fomos em um barzinho na região de Santa Croce (a Chiesa di Santa Croce é lindinha, parece um mini Duomo!), cheia de adolescentes bêbados que nos forçaram a dormir mais cedo. No segundo dia tivemos mais sorte e atravessamos a Ponte Vecchia para ir no bar Volume, muito legal mesmo e com um crepe de mascarpone com Nutella no cardápio que compensou a caminhada.

Pra dormir, ficamos no Academy Hostel (www.academyhostel.it), simples, barato, confortável, com uma infraestrutura excelente e localização perfeita, a apenas 1 quadra do Duomo. Além de tudo isso, o staff era excelente, e o Salvatore chegou até a fazer reserva na última noite pra gente num hotelzinho “mezza-bocca” do lado da estação de trem, pois infelizmente não conseguimos reserva no Academy. Salvatore, você realmente salvou nossa vida!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Uma nova sensação em Siena

Cada vez que vamos a uma cidade que já conhecemos, temos uma sensação diferente. A companhia é diferente, a estação do ano é diferente, e visitamos lugares diferentes. Por isso minha impressão de Siena desta vez foi bem diferente de quando estive aqui, há 5 anos. Enfim pude conhecer o Duomo, onde não tinha conseguido ir da primeira vez porque estava em obras. Ele, maravilhoso e suntuoso com suas paredes em mármore listrado de branco e preto. O passeio ao Duomo dura uma tarde inteira, pois além da catedral podemos conhecer com o mesmo ticket de €10 o Battistero (onde tive um novo surto de fotos, com todas aquelas paredes e tetos cheios de afrescos azulados...), o museu e a subida na torre de onde se tem uma vista panorâmica da cidade e do próprio Duomo (claro que tive medo de altura lá em cima e tontura nas escadas estreitas com degraus altos).

Na sequencia, fomos para a Fortezza, uma grande muralha tal qual a de Lucca, onde as pessoas fazem caminhada no jardim acima da muralha. Acabamos virando a atração dos velhinhos que estavam sentados por ali, enquanto fazíamos nossa sequencia de fotos em movimento.

Outra atração obrigatória e imperdível é a Piazza Del Campo, onde não conseguíamos passar sem dar uma paradinha para as fotos. Considerando que a praça é circular e a maioria das ruas da cidade saem da praça como raios de sol, no final do dia tínhamos uma coleção de fotos da Torre del Mangio com todas as cores do céu no fundo.

O interior da praça é enorme como um estádio de futebol, e anualmente ali acontece a festa do Palio, uma corrida de cavalos em que eles dão três voltas na praça em 1,5 minuto. Chegamos na cidade uma semana após o Palio de 2011, e ainda podíamos ver as passeatas em comemoração ao distrito vencedor, a Oca. Adultos e bebês usavam uma bandana com o emblema do distrito, tornando o espetáculo super tradicional e um orgulho para os moradores de Siena.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Chuva de água benta

A princípio Assisi não estava no nosso roteiro de viagem. Não porque não quiséssemos visitar esta cidade sagrada, mas puramente por falta de tempo, e também porque pensávamos que ela estava muito fora da rota que iríamos seguir. Mas no final tudo acabou se ajeitando, e considerando que a Itália não é tão grande assim, foram apenas 2 horas de ônibus de Assisi a Siena, nossa próxima parada.

Decidimos visitar Assisi um dia antes da viagem. Fizemos a reserva de última hora no Bed & Breakfast do Lanfranco e da Marcella (www.bbassisi.it), que acabou sendo uma ótima escolha! Primeiro porque a casa era uma graça, infra legal, limpinha e com as toalhas cheirando confort. E segundo porque, depois de quase 2 semanas de viagem, foi o máximo receber os cuidados que eles nos deram, como preparar o café da manhã, indicar os pontos turísticos, nos esperar chegar à noite “em casa”, e principalmente, mas PRINCIPALMENTE, nos buscar e levar até a estação de trem! Definitivamente, estávamos com saudade dos nossos pais e acabamos sendo adotadas por este casal super simpático e carinhoso! Pra quem gosta de privacidade, talvez não seja a melhor pedida, mas caso você queira conforto, qualidade e cuidado por €30 eu recomendo este lugar.

Saímos de Faenza pela manhã de trem, e após algumas horas e uma baldeação chegamos a Assisi por volta das 13 horas. Compramos uma massa pronta no supermercado na frente do B&B e comemos por lá mesmo. E, de barriga cheia, era hora de conhecer a cidade!

O B&B fica perto da Basilica di Santa Maria degli Angeli, por isso começamos nosso passeio turístico por aí. Ela foi construída em volta da igrejinha inicial, a Porzincuola, uma capelinha que era frequentada por San Francesco desde o início da sua ordenação. Após uma volta olímpica pela igreja, fomos de ônibus para o centro, e iniciamos nossa caminhada por esta cidade antiga, com ruazinhas estreitas, casas de pedras, e berço desses dois ilustríssimos santos, o San Francesco e a Santa Chiara di Assisi. Dá pra sentir a presença de Deus em todos os passos que damos, e no meio do caminho fomos surpreendidas por uma chuva que mais parecia feita de água benta! Uma bênção !!!

A cada igreja onde eu entrava, agradecia por ter tido a chance de incluir Assisi nesta viagem, e após cruzar a cidade, finalmente chegamos na Basilica di San Francesco, uma das igrejas mais lindas que já vi. Ela foi construída em formato de T, e muitos anos depois, foi construída uma nova basílica no andar de cima, seguindo o mesmo formato e tão linda quanto a primeira. Os estilos são distintos, mas igualmente maravilhosos. As paredes são todas pintadas, do chão até o teto (sempre imagino como deve ser difícil pintar o teto, dá até dor no pescoço só de pensar!) e os tons de azul predominam no interior da basílica. A riqueza de detalhes é impressionante, tanto pela arte quanto pela religiosidade.

No final do dia, fomos jantar num restaurante, onde comemos pasta trufada e tomamos um vinho Montefalco, típico da região, que nos embebedou com seu percentual alcoólico de 17%. Esta foi uma das melhores massas que comemos durante a viagem, e a trufa vale a pena tanto pelo sabor quanto pela tradição. Descobrimos que essa delícia trata-se de uma raiz, tipo uma beterraba negra, que realmente parece uma trufa de chocolate e possui um sabor característico.

No dia seguinte, acordamos e pegamos nosso ônibus com destino a Siena, de alma lavada e felizes por nossa viagem estar dando tão certo!