sexta-feira, 15 de julho de 2011

As estonteantes paisagens suíças

As paisagens são o ponto forte da Suíça. Em Luzern, você poderá subir nas montanhas de Rigi, Pilatus ou Titlis, cada uma com uma característica mais interessante que a outra. Mas, como sempre, subir nas montanhas também custa caro, portanto só se o tempo estiver bem claro, para poder apreciar a vista lá de cima.

Escolhemos o Mount Rigi (www.rigi.ch), que estava incluído no Swiss Pass. Para chegar, foi preciso um mapa e um manual: um barco de Luzern para Vitznau e um trem até o Rigi Kulm, o ponto mais alto da montanha a 1800m de altura, de onde se tem a vista mais bonita do lado de Luzern e das cidadezinhas da região. Na volta, seguimos a sugestão da recepcionista coreana do hostel e viemos por outro caminho, parando na estação de trem de Rigi Kaltbad, e de lá descendo a montanha de teleférico panorâmico até Weggis, que dá um medo tremendo de altura. Apesar de toda essa jornada anotada nos mínimos detalhes, o mais difícil era associar o nome da estação que estava sendo anunciada em alemão pelo motorista com o que estava escrito no papel!

O Mount Pilatus (www.pilatus.ch) talvez seja a montanha mais característica da região, que pode ser vista de qualquer lugar que você esteja devido aos seus 2 mil metros de altura. Para chegar até o topo, você também deverá pegar um barco, um teleférico e o trem mais íngrime do mundo, com uma inclinação de 48o.

A outra opção em Luzern é o Mount Titlis (www.titlis.ch), uma montanha de 3 mil metros de altura coberta de neve até mesmo no verão e com várias opções de prática de esportes. Para chegar lá, você irá embarcar no Titlis Rotair, um bondinho giratório com uma vista panorâmica de 360 o. Além de tudo isso, você poderá conhecer também o Titlis Glacier Park, uma espetacular gruta de gelo nos Alpes suíços.

Saindo de Interlaken, você também poderá visitar várias montanhas da região, fazer caminhadas ou conhecer as charmosas vilas suíças. A montanha mais alta da Europa é o Jungfrau (www.jungfrau.ch), que está a 3.454 metros acima do nível do mar e com neve garantida durante todo o ano. Aliás, mesmo no verão, leve um casaco de inverno, pois você se sentirá em um congelador. Apesar de toda a expectativa para visitar o Jungfrau, acabamos não subindo, pois o dia estava nublado e desta forma não compensaria pagar os CHF170 (aproximadamente R$ 350) para conhecer este ponto turístico.

Por causa do mau tempo e dos altos custos, acabamos optando pela visita a Trummelbach Falls, que também não deixa a desejar. A cachoeira é formada do degelo das montanhas Eiger, Mönch e Jungfrau, e desce os Alpes pelo meio da montanha. Para conhecê-la, você deverá subir por um trem-elevador dentro da montanha e depois visitar todos os pontos que possibilitam uma vista única de cada cachoeira. Saindo de lá, conheça também a pequena vila de Gimmelwald, acessível através de um teleférico praticamente vertical até o topo da parede rochosa.

De Gimmelwald parte também o teleférico para o não menos famoso Mount Schilthorn (www.schilthorn.ch), eternizado pelo filme de James Bond e de onde você poderá admirar uma espetacular vista a quase 3 mil metros de altura no restaurante giratório Piz Gloria. Na volta, tome um trem até Grütschalp e de lá desça de teleférico até Lauterbrunnen, onde você poderá embarcar em um trem até Interlaken.

Enfim, na Suíça há muitas paisagens de tirar o fôlego. Lagos, montanhas e cachoeiras são rodeadas pelo verde das montanhas. Os Lagos Lugano e Lucerna são enormes e sempre presentes na paisagem. Entretanto, se você for à Suíça no inverno, a paisagem será bem diferente do verão, e a cobertura de grama verdinha das montanhas será substituída pelo branco da neve.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Conhecendo a Suíça de trem

Suíça é linda e cara. Depois de passar duas semanas na Itália “mangiando molto” e aproveitando os saldi de roupas e bolsas, aqui estamos, tendo que economizar até com água mineral e enchendo nossas garrafinhas com a água da torneira que vem dos Alpes. Nossas refeições diárias são compradas no supermercado, assim podemos nos esbaldar nos queijos e chocolates deliciosos que há por aqui. A única exceção foi o racklete e a batata rostie, as tradicionais delícias que tivemos que experimentar em um restaurante. Os supermercados são um capítulo à parte. Até eu que não gosto de fazer compras fiquei enlouquecida com os iogurtes, sanduíches, comidas e bebidas prontas... Mas mesmo assim, tudo é caro. Paguei 3 CHF (Francos Suíços) em uma pasta de dentes, o equivalente a R$7, e R$1,50 em um pão francês!

Outra coisa que impressiona é a alta tecnologia e a pontualidade desse país. Não é de se espantar que a Suíça fabrica os relógios mais desejados do mundo! Cada ponto de ônibus possui uma maquininha para comprar os bilhetes, que são emitidos 1 segundo após você inserir as moedas. Há também um painel indicando o tempo exato que falta para chegarem os próximos ônibus. Sem atraso, tudo extremamente planejado. Os ônibus também possuem uma TV dentro, indicando as próximas paradas e em quanto tempo você irá chegar lá. Todos são rebaixados e sem poluição, permitindo que idosos, crianças ou mães com carrinhos de bebê entrem e saiam sem dificuldade.

Foi bastante difícil escolher o roteiro para conhecer a Suíça em apenas 5 dias. Depois de conhecer tantas igrejas e centros históricos nas cidades italianas, eu queria mesmo era apreciar as famosas paisagens suíças. Por isso, escolhi conhecer Lugano, na região italiana, e Luzern e Interlaken, na região alemã. Ficou faltando a região francesa (Geneve, Lausanne e Montreux), mas seria muito longe ir até lá e voltar em tão pouco tempo. Berna acabou sendo uma decisão de última hora, e Zurich ficará para a próxima viagem. Se você quiser conhecer cada cantinho desse país maravilhoso e organizado visite o site www.myswitzerland.com.

Em Interlaken fica um dos melhores hostels do mundo, o Balmer's Herberge (www.balmers.com). Ele faz parte dos Famous Hostels da Europa e possui toda a infraestrutura necessária para o turista, incluindo lanchonete, passeios, internet, um super café da manhã e uma balada obrigatória no sub-solo.

A Suíça é também uma referência nos meios de transportes, incluindo um museu imperdível que fica em Luzern. Trens, teleféricos, barcos e bondinhos funcionam com segurança e com a pontualidade de sempre. No Museu Suíço dos Transportes é possível conferir diversos modelos de carros desde o início do século, fazer uma simulação de voo de helicóptero ou avião ou ainda visitar o planetário.


Para irmos de uma cidade a outra, preferimos comprar o Swiss Pass (www.swisstravelsystem.ch), o passe de trem que também dá direito a descontos nos barcos, teleféricos e entradas em museus. A natureza que se vê da janela do trem também impressiona. As paisagens são maravilhosas, com lagos, montanhas e casinhas no meio de gramas verdinhas e paredões de pedra. Tudo muito arrumadinho, limpo e bem cuidado e com direito a vaquinhas malhadas com sininho no pescoço, que mais parece o cenário da propaganda do Milka.

Mas também há várias rotas panorâmicas super famosas, que não estão inclusos no Swiss Pass, mas que possuem alguns descontos. Infelizmente, acabamos optando pelos trens normais e não conhecemos estes roteiros, mas mesmo assim detalho aqui abaixo. Você deverá fazer a reserva com antecedência se quiser aproveitar estes passeios, que também custam bastante caro.

O mais famoso é o Glacier Express (www.glacierexpress.ch), que liga Zermatt a St. Moritz, a famosa estação de esqui no leste da Suíça. Em uma rota especial, passa por 91 túneis e 291 pontes espetaculares. O William Tell Express (www.williamtellexpress.ch) e o Bernina Express (www.rhb.ch) ligam a região italiana de Ticino, na Suíça às demais regiões, e incluem trajetos de barcos, montanhas de gelo e descidas de tirar o fôlego. E por fim, para conhecer a região francesa da Suíça, você pode optar pelo Golden Pass Line (www.goldenpass.ch), que liga Luzern a Montreux, passando por vários lagos, vinhedos e desfiladeiros.



Apesar de pequena, a Suíça possui diversas opções de turismo, paisagens estonteantes e cidades românticas. É também um ótimo país para fazer esportes como caminhada nas montanhas, bicicleta, escalada ou esportes radicais como paragliding e pára-quedas. Com certeza terei que incluir este país maravilhoso em uma próxima visita à Europa para poder conhecer mais um pouquinho destes roteiros!


sábado, 9 de julho de 2011

Cinque sono le terre... que mi portano a te

É impossível escolher qual das cinco vilas é a mais charmosa. Cada uma delas tem o seu carisma, a sua característica. A Via dell'amore em Riomaggiore; as casinhas coloridas de Manarola; a paisagem dos vinhedos de Corniglia; a vista maravilhosa chegando a Vernazza pela trilha; e por fim, um banho de mar em Monterosso.

De Riomaggiore até Manarola o caminho é fácil, asfaltado, sem subidas e dura apenas 15 minutos. Você irá caminhar pela Via dell'amore, uma rua onde os casais aproveitam para trancar o seu amor com um cadeado e jogar a chave fora... no mar... pra ninguém conseguir roubar!

A melhor forma de conhecer as cinco vilas em um dia é começando de sul a norte, ou de leste a oeste como eles dizem por lá. Riomaggiore, a primeira cidade ao sul, é bastante acessível de trem ou de carro saindo de Lucca, que vale a pena aproveitar pra conhecer se você estiver por ali.

Mas não vá se acostumando porque dali pra frente as trilhas vão ficando cada vez mais difíceis. De Manarola a Corniglia o percurso dura meia hora, mas como estava interditado tivemos que ir de trem. De Corniglia a Vernazza 1,5h e de Vernazza a Monterosso 2h de caminhada, com subidas e descidas bem íngremes, portanto vá preparado. Além da trilha, você terá também que escalar 382 degraus para chegar em Corniglia!

Mas mesmo que você esteja inspirado para fazer exercícios, preste atenção para chegar na primeira cidade bem cedo, senão você não terá tempo de ir até a última até o final do dia, considerando que você irá querer conhecer um pouquinho de cada cidade. Uma opção é levar um lanche para o almoço e economizar o tempo do restaurante, que pode ser desfrutado em Monterosso à beira mar como recompensa por todo o esforço que você fez até ali.


Para não cair nesta armadilha, acabamos fazendo também o último trecho de trem, economizando algumas horas e muitas calorias. O calor estava muito forte, portanto não deixem de levar boné, protetor solar, água e repelente. Depois da trilha tomamos um delicioso sorvete (como sempre) para refrescar.





E ao chegar em Monterosso, a última das cinco vilas, tomamos um delicioso banho de mar, que só seria melhor se a praia fosse de areia e não de pedras como é típico do Mediterrâneo. Eu e outras turistas que estavam por ali parecíamos umas patas tentando sair da água pisando naquelas malditas pedras. Tentei até usar minhas Havaianas, mas elas foram levadas pela primeira onda e felizmente, ficaram me esperando lá em cima, juntinhas. Apesar de toda a falta de jeito, a água morna valeu a pena, e só não ficamos mais porque estava no horário do nosso trem de volta a Firenze!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Un giro in bicicletta fino a San Gimignano

O passeio até San Gimignano reuniu 2 prazeres em uma viagem só: conhecer "questa città molto carina" e também poder pedalar por uma das regiões mais lindas da Itália: a estrada do Chianti Clássico, aquele vinho deliciosíssimo, caríssimo e famosíssimo. Então você já pode imaginar que encontramos nada mais, nada menos, que paisagens verdes, oliveiras e vinhedos pelo caminho.

Reservei o passeio Downhill to San Gimignano pela Internet, no site www.ibiketuscany.com, mas quando chegamos lá havia muitos passeios de bicicleta anunciados nos hotéis, bem mais baratos do que o que pagamos, um valor salgadinho de €130 por pessoa. O roteiro iniciava em uma van no centro de Firenze, de onde partimos até Castellina, uma cidadezinha minúscula como todas da Toscana, por onde iniciamos nossa pedalada. Quer dizer, pedalada seria um elogio, já que de lá até Poggibonsi foram 16 km de descida, um pouco frustrante para quem queria se exercitar e queimar no mínimo a pasta do jantar anterior. Pelo menos assim pudemos parar a todo momento para tirar milhares de fotos...

Poggibonsi, nossa parada final sobre a bicicleta, mais parecia Cubatão, com suas indústrias cheias de chaminés estragando a paisagem verde que havíamos visto durante toda a manhã. Então, nesse ponto, as bikes foram para o porta-malas e nós fomos para dentro da van!


De lá até San Gimignano foi super rapidinho. Esta é uma das cidades mais visitadas da Toscana, e dá pra entender por que. Praças, fontes e lindas construções embelezam a cidade, e dá vontade de tomar um sorvete em cada esquina pra espantar o calor. Milhares de turistas, incluindo muitos brasileiros, se misturam com a paisagem histórica.

Pena que a estada em San Gimignano foi curta, mal deu tempo de almoçar e dar uma volta pela cidade. O almoço foi maravilhoso, regado a vinho e com direito a vista para os vinhedos da região.

No final, depois do curto tempo de pedalada e de caminhada pela cidade, ainda estávamos com um gostinho de quero mais, e pedimos à nossa motorista Elizabeth que nos levasse a um campo de girassóis que o garçom do restaurante nos indicou. Ainda bem que ela topou, assim pudemos apreciar de perto essa maravilha da natureza, que fez valer cada centavo de Euro que pagamos pelo nosso passeio!


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Firenze no verão

A Toscana é considerada por muitos a região “più bella” da Itália, cheia de cidadezinhas que, quanto menores, são mais charmosas. Entre elas, você poderá apreciar os vinhedos, pinheiros típicos da região, além dos maravilhosos campos de girassóis. Por sorte conseguimos parar em um deles e tiramos milhares de fotos a la “Anne Guedes” (com a diferença é que a modelo tinha alguns aninhos a mais...).

Passamos 3 noites em Firenze, a capital da Toscana. Não para visitar a cidade, pois já havíamos estado antes, mas sim para podermos chegar até as cidades vizinhas sem termos que mudar de hotel. Mesmo assim, tivemos tempo de dar uma voltinha por lá no primeiro dia e rever os principais pontos turísticos, como a Ponte Vecchia, cheia de lojas de jóias, a Piazza della Signoria com as suas estátuas de David e de figuras mitológicas, e o suntuoso Duomo, que desta vez não achei tão lindo quanto da primeira vez. O mármore branco que envolve a catedral estava sujo e mal cuidado, com algumas partes em reforma, e as filas para conhecer o interior eram gigantes desde às 9h da manhã. O calor era insuportável, chegando a alcançar 38,5⁰ na rua e a cidade estava lotada de turistas, se acotovelando para tirar fotos na frente dos monumentos. Fora o trânsito que pegamos pra chegar e sair da cidade, nem parecia que eu estava de férias a milhares de quilômetros de São Paulo.

Como o calor e a quantidade de turistas também contribuíram para alterar a paisagem, meu conselho é: não vá a Firenze no verão! Da primeira vez que fui, em pleno inverno, na primeira semana de Janeiro, achei que era a cidade mais linda que já havia visto. A arte e a cultura predominam, representadas nas pinturas e esculturas que podem ser vistas nas igrejas, na rua ou na Galleria degli Uffizi, onde se pode apreciar as obras de todas as Tartarugas Ninja – Leonardo da Vinci, Michelangelo, Raffaello e Donatello – além de Tiziano, Caravaggio e outros artistas renascentistas.

À noite, fomos em um barzinho na região de Santa Croce (a Chiesa di Santa Croce é lindinha, parece um mini Duomo!), cheia de adolescentes bêbados que nos forçaram a dormir mais cedo. No segundo dia tivemos mais sorte e atravessamos a Ponte Vecchia para ir no bar Volume, muito legal mesmo e com um crepe de mascarpone com Nutella no cardápio que compensou a caminhada.

Pra dormir, ficamos no Academy Hostel (www.academyhostel.it), simples, barato, confortável, com uma infraestrutura excelente e localização perfeita, a apenas 1 quadra do Duomo. Além de tudo isso, o staff era excelente, e o Salvatore chegou até a fazer reserva na última noite pra gente num hotelzinho “mezza-bocca” do lado da estação de trem, pois infelizmente não conseguimos reserva no Academy. Salvatore, você realmente salvou nossa vida!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Uma nova sensação em Siena

Cada vez que vamos a uma cidade que já conhecemos, temos uma sensação diferente. A companhia é diferente, a estação do ano é diferente, e visitamos lugares diferentes. Por isso minha impressão de Siena desta vez foi bem diferente de quando estive aqui, há 5 anos. Enfim pude conhecer o Duomo, onde não tinha conseguido ir da primeira vez porque estava em obras. Ele, maravilhoso e suntuoso com suas paredes em mármore listrado de branco e preto. O passeio ao Duomo dura uma tarde inteira, pois além da catedral podemos conhecer com o mesmo ticket de €10 o Battistero (onde tive um novo surto de fotos, com todas aquelas paredes e tetos cheios de afrescos azulados...), o museu e a subida na torre de onde se tem uma vista panorâmica da cidade e do próprio Duomo (claro que tive medo de altura lá em cima e tontura nas escadas estreitas com degraus altos).

Na sequencia, fomos para a Fortezza, uma grande muralha tal qual a de Lucca, onde as pessoas fazem caminhada no jardim acima da muralha. Acabamos virando a atração dos velhinhos que estavam sentados por ali, enquanto fazíamos nossa sequencia de fotos em movimento.

Outra atração obrigatória e imperdível é a Piazza Del Campo, onde não conseguíamos passar sem dar uma paradinha para as fotos. Considerando que a praça é circular e a maioria das ruas da cidade saem da praça como raios de sol, no final do dia tínhamos uma coleção de fotos da Torre del Mangio com todas as cores do céu no fundo.

O interior da praça é enorme como um estádio de futebol, e anualmente ali acontece a festa do Palio, uma corrida de cavalos em que eles dão três voltas na praça em 1,5 minuto. Chegamos na cidade uma semana após o Palio de 2011, e ainda podíamos ver as passeatas em comemoração ao distrito vencedor, a Oca. Adultos e bebês usavam uma bandana com o emblema do distrito, tornando o espetáculo super tradicional e um orgulho para os moradores de Siena.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Chuva de água benta

A princípio Assisi não estava no nosso roteiro de viagem. Não porque não quiséssemos visitar esta cidade sagrada, mas puramente por falta de tempo, e também porque pensávamos que ela estava muito fora da rota que iríamos seguir. Mas no final tudo acabou se ajeitando, e considerando que a Itália não é tão grande assim, foram apenas 2 horas de ônibus de Assisi a Siena, nossa próxima parada.

Decidimos visitar Assisi um dia antes da viagem. Fizemos a reserva de última hora no Bed & Breakfast do Lanfranco e da Marcella (www.bbassisi.it), que acabou sendo uma ótima escolha! Primeiro porque a casa era uma graça, infra legal, limpinha e com as toalhas cheirando confort. E segundo porque, depois de quase 2 semanas de viagem, foi o máximo receber os cuidados que eles nos deram, como preparar o café da manhã, indicar os pontos turísticos, nos esperar chegar à noite “em casa”, e principalmente, mas PRINCIPALMENTE, nos buscar e levar até a estação de trem! Definitivamente, estávamos com saudade dos nossos pais e acabamos sendo adotadas por este casal super simpático e carinhoso! Pra quem gosta de privacidade, talvez não seja a melhor pedida, mas caso você queira conforto, qualidade e cuidado por €30 eu recomendo este lugar.

Saímos de Faenza pela manhã de trem, e após algumas horas e uma baldeação chegamos a Assisi por volta das 13 horas. Compramos uma massa pronta no supermercado na frente do B&B e comemos por lá mesmo. E, de barriga cheia, era hora de conhecer a cidade!

O B&B fica perto da Basilica di Santa Maria degli Angeli, por isso começamos nosso passeio turístico por aí. Ela foi construída em volta da igrejinha inicial, a Porzincuola, uma capelinha que era frequentada por San Francesco desde o início da sua ordenação. Após uma volta olímpica pela igreja, fomos de ônibus para o centro, e iniciamos nossa caminhada por esta cidade antiga, com ruazinhas estreitas, casas de pedras, e berço desses dois ilustríssimos santos, o San Francesco e a Santa Chiara di Assisi. Dá pra sentir a presença de Deus em todos os passos que damos, e no meio do caminho fomos surpreendidas por uma chuva que mais parecia feita de água benta! Uma bênção !!!

A cada igreja onde eu entrava, agradecia por ter tido a chance de incluir Assisi nesta viagem, e após cruzar a cidade, finalmente chegamos na Basilica di San Francesco, uma das igrejas mais lindas que já vi. Ela foi construída em formato de T, e muitos anos depois, foi construída uma nova basílica no andar de cima, seguindo o mesmo formato e tão linda quanto a primeira. Os estilos são distintos, mas igualmente maravilhosos. As paredes são todas pintadas, do chão até o teto (sempre imagino como deve ser difícil pintar o teto, dá até dor no pescoço só de pensar!) e os tons de azul predominam no interior da basílica. A riqueza de detalhes é impressionante, tanto pela arte quanto pela religiosidade.

No final do dia, fomos jantar num restaurante, onde comemos pasta trufada e tomamos um vinho Montefalco, típico da região, que nos embebedou com seu percentual alcoólico de 17%. Esta foi uma das melhores massas que comemos durante a viagem, e a trufa vale a pena tanto pelo sabor quanto pela tradição. Descobrimos que essa delícia trata-se de uma raiz, tipo uma beterraba negra, que realmente parece uma trufa de chocolate e possui um sabor característico.

No dia seguinte, acordamos e pegamos nosso ônibus com destino a Siena, de alma lavada e felizes por nossa viagem estar dando tão certo!