sábado, 16 de abril de 2022

Mendoza além das vinícolas

Nem só de vinhos vive Mendoza. A região possui várias opções para quem gosta de aventuras. Há opções de cavalgadas, rafting, e muitos outros passeios na cordilheira dos Andes. Aliás, descobrimos que nesta região existem 3 faixas de montanhas: a Pré-Cordilheira, com as montanhas mais baixas; a Cordilheira Frontal, onde fica o Cerro Plata e o vulcão Tupungato; e a Cordilheira Principal, que é o limite com o Chile. É lá que está o Aconcágua, a montanha mais alta da América, com seus 6.962m de altura.  

Fizemos dois passeios na cordilheira. No primeiro dia, uma trilha até o acampamento Las Veguitas, que é o primeiro ponto de parada para quem vai escalar o Cerro Plata e outras montanhas da região. O nome é dado pela vegetação local, um tipo de graminha úmida margeando o rio que desce do degelo das montanhas. A paisagem é linda, apesar de desértica, como toda a região. Vimos muitas vaquinhas peludas (fato que me fez chamar a trilha de Las Vaquitas), cavalos e guanacos durante a caminhada. Foram 2h de subida a 3.200m de altura, o que nos fez perder o fôlego diversas vezes durante a caminhada e ficar alguns dias com a panturrilha queimando. Mas valeu muito a pena esta experiência! Saímos de lá com vontade de escalar montanhas ainda mais altas.  

Las Veguitas

Contratamos esta trilha com a agência Outdoor Frontier Tours que, além deste, oferece muitos outros passeios de aventura pela cordilheira. Fomos em um carro particular apenas com a guia. O almoço, com sanduíche e suco incluído no pacote, foi no ponto máximo da nossa subida, com uma vista espetacular (e um vento cortante também). Da próxima vez, nossa meta será o Cordón del Plata, uma caminhada de um dia inteiro que sobe os picos Andresito (3.150m), Arenales (3.400m) e Lomas Blancas (3.650m).

O segundo dia foi bem mais light. Fizemos a Experiência Aconcágua, no estilo excursão, com a agência Kahuak. Fomos de micro-ônibus, com uma turma não muito grande, mas que de qualquer forma nos obrigou a passar por todos os hotéis para buscar os passageiros. Fora esse inconveniente já esperado, a agência foi bastante organizada e pontual. 

A primeira parada do passeio é no Dique Potrerillos, um oásis no meio do deserto que representa a principal fonte de água e de energia da região. Prepare a sua câmera na saída do túnel que dá acesso ao dique, pois o impacto é espetacular. Caso você voe para Santiago, no Chile, é o único pedaço de água que você consegue enxergar do avião. Lindo, tanto visto de cima quanto de baixo. 


O ápice do passeio é realmente a parada no Parque Provincial Aconcágua. A caminhada é bem leve e praticamente plana (apesar de estarmos a 3000m de altura, o que cansa bem mais do que no nível do mar) e inclui diversas paradas para explicações sobre a geologia e a história do local. Da mesma forma, o lanche também foi oferecido pela agência, e comemos com vista para o majestoso Aconcágua. Por fim, paramos na Laguna de Horcones, a única que fica cheia em todas as estações do ano. 

Aconcágua

A última parada, já no caminho de volta, é na Puente del Inca, muito mais bonita ao vivo do que nas fotos que eu tinha visto antes da viagem. A ponte natural já não é mais acessível, depois que uma avalanche destruiu o famoso hotel que funcionava ali até meados do século passado (e manteve a igrejinha intacta!).

Puente del Inca

Nós ficamos maravilhados com as paisagens desse passeio e eu simplesmente não conseguia parar de tirar fotos (principalmente do Aconcágua!). Apesar do bom tempo, a montanha continua coberta de gelo durante todo o ano, e o vento lá em cima também é bem forte. Portanto, mesmo que você for no verão, leve uma jaqueta corta-vento, protetor solar e labial caso queira subir em alguma montanha dos Andes.  

Ao final, concluímos que o mês de abril é uma das melhores épocas para conhecer Mendoza. A probabilidade de chuva durante sua viagem é bem remota, as árvores já estão começando a mostrar a coloração do outono, numa linda combinação de tons de verde e amarelo que, ao se integrar com a cor natural das montanhas, é um espetáculo à parte para nossos olhos. Viva a natureza!

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