segunda-feira, 8 de setembro de 2014

São Miguel é... Gostoso!

São Miguel do Gostoso é como o próprio nome diz: um lugar gostoso para passear, daqueles que dá vontade de voltar... E pelo que eu vi por lá, muita gente fez isso mesmo!

É impressionante a quantidade de “forasteiros”, como eles mesmos se denominam, que largaram tudo em suas cidades para morar ali. Arquitetos, biólogos, advogados, chefs de cozinha, gente que foi pra passear e foi ficando... até que um dia resolveram mudar de vez pra lá, trocar a loucura do sul ou sudeste por uma vida mais simples e minimalista, sem o stress das grandes capitais. E a galera é super unida, como um grupo de estrangeiros em um país diferente que faz tudo junto. E que não quer voltar para as suas cidades-natal...

A cidade é ainda bem rústica, de aproximadamente 10 mil habitantes que passam o dia de chinelo e bermuda o ano inteiro. Apesar de ser uma cidade turística, ainda não é um destino invadido pelas grandes operadoras e o turismo se mantém basicamente pelos amantes do kitesurf, que passam temporadas ali, e de outros aventureiros que preferem uma viagem tranquila, a ter que dividir o mar com milhares de outros turistas. E é exatamente esse o motivo que faz com que as pessoas que passam por lá se sintam em casa.

A culinária, porém, é excelente, e a cidade possui diversos restaurantes de alta qualidade e preço razoável, com o padrão das grandes capitais. Muitos restaurantes de Gostoso ainda não aceitam cartões de crédito, e o único caixa eletrônico da cidade é do Banco do Brasil (o do Bradesco que existia antigamente foi desativado depois da segunda vez que foi explodido pelos ladrões). Portanto leve dinheiro para comer e passear! Quase não há lojinhas para fazer compras e para comprar uma escova de cabelo tive que passar por três supermercados e duas farmácias até encontrar.

Todos me perguntam o porquê do nome São Miguel do Gostoso... primeiro porque a cidade foi fundada no dia de São Miguel. E depois porque um antigo morador da cidade costumava receber muitas pessoas em sua casa, e contava muitas histórias acompanhadas de uma risada gostosa, por isso ficou conhecido por “Seu Gostoso”. Logo o município foi denominado São Miguel do Gostoso.

E essa característica do Seu Gostoso se perpetua por todos os habitantes da cidade. Em cada loja ou restaurante que entrávamos, todos nos contavam as histórias da cidade, e como eu e minha amiga quase não gostamos de conversar, acabamos saindo de lá conhecendo a história de todos que vivem lá!

Um pouco pelo fato de não termos aproveitado muito a praia por causa da chuva, mais um pouco por termos ido na baixa temporada, e muito mais ainda por termos sentido que a cidade nos acolheu de todas as formas, sem saber explicar bem o porquê, tenho certeza que essa não foi minha última viagem a São Miguel do Gostoso e já fico pensando em aproveitar qualquer feriado pra voltar pra lá!

Day 1: Caminhada na praia pra queimar a macaxeira



Chegamos em Natal e fomos de carro até São Miguel do Gostoso. Do aeroporto de Natal em São Gonçalo do Amarante são 100 km até São Miguel, e como a estrada está boa dá pra fazer em pouco mais de uma hora.

Logo após nossa chegada, debaixo de chuva, resolvemos caminhar pelas praias de São Miguel, desde a Praia do Maceió, onde estava nossa pousada, passando pela Praia da Xêpa (onde estão a maioria dos restaurantes da cidade), do Cardeiro e do Santo Cristo, onde ficam as escolas de kitesurf. Lembrando que essa região é literalmente “onde o vento faz a curva”, na esquina do Brasil, portanto o que você mais verá por lá são parques eólicos e kite-surfistas de todas as nacionalidades. O vento é tanto que até andar na praia é mais difícil, as rajadas chegam a doer e você volta da caminhada parecendo um bife à milanesa.

Como era baixa temporada, as praias estavam bem vazias, e durante as caminhadas víamos apenas praias desertas, com exceção de um pescador ou um kitesurf de vez em quando... 
Ficamos no Chalé da Moringa ou, para os nativos, a “Pousada de André”, que largou seu emprego em Curitiba e foi pra lá plantar melão, abrir uma pousada e um restaurante-balada chamado Espaço Mix.

Day 2: O que fazer além de relaxar na rede quando o dia amanhece chuvoso?



O dia amanheceu chovendo de novo, e aproveitamos para fazer mais uma caminhada pelas praias, embaixo de chuva mesmo, descansar e conhecer o centro de Gostoso. Nesse dia, também fomos até a famosa praia de Tourinhos, a 8km de Gostoso, para ver o pôr-do-sol, mas o máximo que conseguimos foi ver um arco-íris que apareceu depois que a chuva cessou.

Day 3Finalmente o sol resolveu aparecer! 



Finalmente o sol apareceu, e aproveitamos o tempo bom para conhecer os parrachos da Praia de Perobas, município de Touros, a 30km de Gostoso. No caminho, aproveitamos para dar uma paradinha na Praia da Lagoa do Sal, muito atentas para enxergar a pequena placa que indica a entrada, depois dos coqueiros, do lado esquerdo da rodovia.

Os Parrachos de Perobas são como os famosos de Maracajaú, que fica um pouco mais ao sul do estado, porém o turismo ainda não cresceu tão fortemente quanto lá. Mas o passeio é o mesmo: você toma um barco desde a praia de Perobas até o meio do mar, onde a água não passa do seu joelho e os peixes e outras espécies marítimas se escondem entre os corais. No dia em que estive lá, o mar estava bastante agitado, e a maré tão baixa que o barco quase não passava pelos corais. No caminho, passamos por um farol no meio do mar, lindo como todos de lá. Não resisti e fiz o meu primeiro “selfie com o farol”. Como Perobas ainda não fica tão cheio, é mais fácil para mergulhar com snorkel do que na vizinha Maracajaú, onde os peixes se assustam e fogem com tanta gente. Mas, na minha opinião de mergulhadora, não dava pra ver tanta vida, apenas um peixe aqui e outro ali, algumas lesmas do mar, e com muito custo consegui encontrar uma lagosta escondida debaixo dos corais. Mesmo assim, o passeio valeu a pena.


Na volta, passamos pelo Marco Zero da BR-101, que vai do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, passando por toda a costa brasileira nos seus 4542 km; pelo Farol do Calcanhar, o maior do Brasil com 62m e 298 degraus (infelizmente não pudemos subir pois a área é fechada pela Marinha Brasileira e só abre aos domingos); e fechamos o dia com o pôr-do-sol na Praia do Cajueiro.

Day 4Passeio de bugue até a praia de Galinhos



Mais um dia de sol, e dessa vez o destino foi o litoral norte do estado, com um passeio de buggy até Galinhos, a 80km de Gostoso. O passeio foi sensacional, e como a maré ainda estava baixa conseguimos andar todo o percurso pela praia! Durante o trajeto passamos por falésias, dunas móveis e petrificadas, praias desertas ou de pescadores, faróis e inúmeros parques eólicos. O visual é de tirar o fôlego e as praias mais famosas são as de Tourinhos, Praia do Marco, Enxu Queimado, Caiçara do Norte, Galos e finalmente Galinhos.

Destaque para o Marco do Descobrimento, onde os potiguares juram que foi lá que Pedro Álvares Cabral pisou pela primeira vez no território brasileiro; Farol de Santo Alberto e Farol de Galinhos (com direito a mais alguns selfies!); dunas e lagoas de Galos e para o pôr-do-sol de pirulito, o mais lindo de toda a viagem na praia de Tourinhos. Dessa vez valeu a pena esperar!



À noite, aproveitamos para conhecer a “night” de Gostoso, em um Forró Nativo com a banda local da Olga, figura local importantíssima que já participou até do Ídolos e, segundo eles, arrasta a todos para onde toca. E claro que como boas turistas e tietes, saímos de lá com a panturrilha doendo de tanto dançar e com uma foto com a famosa Olga!

Day 5: Parada em Punaú a caminho de Pipa



Hora de nos despedir de Gostoso com destino a Pipa. No caminho paramos na Praia de Zumbi e em Punaú, um restaurante na beira do encontro do Rio Punaú com o mar. De lá podemos nadar no rio e fazer caminhadas pela praia ou pelas dunas. No final da tarde, mais 3 horas de viagem até Pipa, que foram ampliadas pela volta que demos na região metropolitana de Natal e pela chuva que nos acompanhou na maior parte da viagem.


Restaurantes, Pousadas e Sites de Interesse em Gostoso:


  • Espaço Mix: Especializada em pizzas e deliciosas batatas recheadas, às vezes ainda rola uma musiquinha com DJ ou banda regional.  batatariaspacomix.blogspot.com.br
  • Bar do Tico: Com certeza a melhor relação custo-benefício da região, comida gostosa e barata e ainda de frente para a Praia do Cardeiro, no ponto de encontro dos kites. O caldo de arraia é espetacular! saomigueldogostoso.com/portugues/comida_ficha.php?id=8

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