- Fique em um hostel. Este é o melhor lugar para conhecer pessoas e não ficar sozinha durante todo o tempo. Se você não curte ficar em quartos compartilhados, muitos hostels possuem quartos individuais com banheiro, por um preço bem mais barato que os hotéis. Na Europa, o site Famous Hostels (famoushostels.com) possui apenas um hostel por cidade, e é um tiro certeiro. Já fiquei em vários e foram os melhores em que já estive.
- Converse com as pessoas. Pode ser o garçom, o recepcionista do hostel, ou os turistas que você encontrou em um passeio... esteja sempre aberto para as novas amizades. Fale sobre os pontos turísticos que você quer conhecer, conte sobre o seu país, conheça a cultura dele, as viagens que ele já fez. Cada vez que converso com alguém sinto que meu mundo se amplia de alguma forma.
- Esteja seguro. Tenha acesso à internet (pode ser apenas o Wi-Fi do hostel e dos restaurantes, ou se necessário, compre um chip de dados local). Leve um cartão de crédito para emergências. Avise sua família onde você está. Pergunte no hostel sobre os horários em que é seguro caminhar pelas ruas ou pegar transporte público. Tenha sempre um mapa acessível (em papel ou baixado no celular). Cuide dos seus documentos e do seu dinheiro.
- Compartilhe sua viagem. Pode ser um diário, uma mensagem para os amigos, um post, story ou live. Inclusive este blog surgiu quando resolvi compartilhar o diário que escrevi durante minha viagem à Itália! Além de se sentir próximo dos amigos, vai ajudar a superar os momentos em que se sentir sozinho.
- Planeje, pero no mucho. É importante pesquisar sobre o lugar que você vai, até para definir quantos dias quer ficar em cada destino e para identificar os passeios que você não pode perder de jeito nenhum. Mas reserve um tempo livre para decidir na hora. Sinta o lugar e deixe que ele te leve para onde você estiver a fim naquele momento.
- Aproveite a cultura local. Experimente as comidas típicas, faça um pouco de tudo o que o lugar tem a oferecer. Ande de transporte público, vá em um restaurante famoso, assista a um espetáculo de música, visite um museu. Conheça a praia, o centro histórico, a natureza, o mercado. Compre um souvenier, uma roupa ou peça de decoração para lembrar do lugar. Assim você vai ter uma experiência completa e poder dizer que realmente conheceu o lugar.
- E... por fim, tire muitas selfies! Na minha opinião, as selfies foram inventadas por quem viaja sozinho. Eu tirava selfie desde quando ainda não existia câmera no celular, e eu virava a câmera sem saber o que iria sair. A foto abaixo é um desses exemplos, e a parte do rosto cortada é o seu maior charme...
quarta-feira, 31 de março de 2021
Solo Travel
quinta-feira, 4 de março de 2021
Conexão com os locais
Faz tempo que não passo por aqui!
Mas esses dias descobri um podcast de viagem chamado The Thoughtful Travel Podcast, e o primeiro episódio que ouvi falava sobre as experiências com os habitantes locais dos lugares que visitamos. O episódio conta histórias incríveis de amizade, de admiração e de conexão com as pessoas. E claro que ouvindo isso eu também me lembrei de algumas experiências marcantes que tive com os locais durante as minhas viagens.
Adoro conversar com as pessoas! Então para mim, me conectar com os locais faz parte da minha rotina turística. Taxistas, recepcionistas do hotel, garçons, guias de viagem... todos eles têm muitas coisas para contar, e além de conhecer mais sobre a cultura do lugar, também fico sabendo sobre as histórias de vida dessas pessoas, que são sempre interessantes.
Me lembro muito bem quando fui para Isla Margarita, na Venezuela, e o nosso guia nos contava sobre como o Chavez acabou com o turismo daquela ilha, fazendo com que companhias aéreas cancelassem seus voos diários, hotéis fechassem as portas e empresários como ele desistissem dos seus negócios. Ou ainda, quando fui a Buenos Aires e aprendi sobre a nova cobrança de energia elétrica implantada por Macri, logo quando ele assumiu a presidência. Antes do seu governo, os argentinos pagavam uma taxa de energia irrisória, que ocasionou diversos rombos na economia. Por isso, eles nem consideravam a cobrança adicional como injusta, e sim como uma taxa devida pela população.
Diversas vezes visitei um país durante suas eleições presidenciais, o que, para o turismo, não é tão interessante, pois todos os lugares ficam fechados, e ainda por cima tem lei seca. Foi assim quando fui para o Uruguai em 2009, na eleição de Mujica, e também para o Chile em 2017, no primeiro turno das eleições que posteriormente colocaram Sebastián Piñera no poder, após o governo da socialista Michelle Bachelet. Ah, e eu sempre perguntava a todos com quem conversava em quem eles iriam votar, para conhecer os diferentes pontos de vista da população.
Mas não é só por política e economia local que eu me interesso. As histórias das pessoas são sempre as mais interessantes! Pergunto se elas sempre viveram naquele lugar, de onde elas vieram ou quanto tempo faz que trabalham com aquilo... quero saber se aquele é um bom lugar para se morar e se a qualidade de vida é boa... Alguns me contam até quanto ganham, embora eu nunca tenha feito essa pergunta diretamente.
Ouvi muitas histórias de gente que deixou a família do outro lado do país (ou do mundo) para tentar uma vida melhor. Em Porto de Galinhas, por exemplo, o dono da pousada era um paulistano que, após cansar de viver estressado trabalhando no mercado financeiro, decidiu repentinamente se mudar com a família para lá, sem muito planejamento... ou os jovens habitantes de São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, que saíram de São Paulo, Minas ou Paraná para aproveitar as oportunidades daquela cidade, seja como médicos, arquitetos ou engenheiros trabalhando com energia eólica.
Essa viagem foi um capítulo à parte... Eu e minha amiga ficamos em uma pousada do irmão da amiga da prima, sabe? Ele era um ex-bancário curitibano, que largou seu emprego estável em uma cidade grande após passar férias lá e se encantar com o local. Plantou melão, abriu um bar e uma pousada e foi ficando... Nos levou a várias festas durante nossa estada e nos apresentou aos seus amigos, todos com alguma história bem parecida. Ficamos impressionadas com o quanto aquelas pessoas amavam a cidade, com apenas 10 mil habitantes. Inclusive, a taxa de crescimento demográfico de Gostoso é uma das maiores do Brasil. Depois de uma semana já éramos conhecidas em toda a cidade e estávamos nos sentindo locais! E claro, com vontade de largar tudo para ir morar lá também.
Outra história que me marcou muito foi em um passeio de boia-cross que fiz nos Lençóis Maranhenses. Eu e uma outra amiga íamos deitadas na boia, mas como a correnteza não estava tão forte e o rio era raso, dois meninos nos acompanhavam durante o passeio, andando dentro do rio e empurrando nossas boias, para que elas fossem orientadas rio abaixo ao invés de encalhar no barranco. Fiquei morrendo de dó daquele trabalho, porém conversando com eles, percebi que eram muito felizes com o que faziam. Durante o passeio, vimos várias lavadeiras lavando suas roupas no mesmo rio que nos levava, cercadas de suas crianças, que vibravam e nos davam "tchau" enquanto passeávamos tranquilas.
Os meninos também nos contaram que havia sido seu irmão quem inventou aquele passeio. Ele era um professor da escola da cidade, e mesmo sendo deficiente físico, era uma das poucas pessoas com mais alto grau de estudo daquela região. Fiquei encantada com aquele estudioso e empresário visionário que, mesmo sem muitos recursos, conseguia se motivar e passar muitas coisas interessantes para a população. Definitivamente este passeio mudou meu olhar para a vida!
E eu poderia me lembrar de muitas outras histórias que vivi durante minhas viagens, que me aproximaram da cultura local. Sempre acho todas elas super interessantes e que aumentam minha bagagem com algo que o dinheiro não compra e que os blogueiros de viagem não contam. Para mim, essas são as melhores lembranças das minhas viagens!