São Miguel do Gostoso é como o próprio nome
diz: um lugar gostoso para passear, daqueles que dá vontade de voltar... E pelo
que eu vi por lá, muita gente fez isso mesmo!
É impressionante a quantidade de
“forasteiros”, como eles mesmos se denominam, que largaram tudo em suas cidades
para morar ali. Arquitetos, biólogos, advogados, chefs de cozinha, gente que
foi pra passear e foi ficando... até que um dia resolveram mudar
de vez pra lá, trocar a loucura do sul ou sudeste por uma vida mais simples e
minimalista, sem o stress das grandes capitais. E a galera é super unida, como
um grupo de estrangeiros em um país diferente que faz tudo junto. E que não
quer voltar para as suas cidades-natal...
A cidade é ainda bem rústica, de
aproximadamente 10 mil habitantes que passam o dia de chinelo e bermuda o ano
inteiro. Apesar de ser uma cidade turística, ainda não é um destino invadido
pelas grandes operadoras e o turismo se mantém basicamente pelos amantes do
kitesurf, que passam temporadas ali, e de outros aventureiros que preferem
uma viagem tranquila, a ter que dividir o mar com milhares de
outros turistas. E é exatamente esse o motivo que faz com que as pessoas que
passam por lá se sintam em casa.
A culinária, porém, é excelente, e a cidade
possui diversos restaurantes de alta qualidade e preço razoável, com o padrão
das grandes capitais. Muitos restaurantes de Gostoso ainda não aceitam cartões
de crédito, e o único caixa eletrônico da cidade é do Banco do Brasil (o do
Bradesco que existia antigamente foi desativado depois da segunda vez que foi
explodido pelos ladrões). Portanto leve dinheiro para comer e passear! Quase
não há lojinhas para fazer compras e para comprar uma escova de cabelo tive que
passar por três supermercados e duas farmácias até encontrar.
Todos me perguntam o porquê do nome São
Miguel do Gostoso... primeiro porque a cidade foi fundada no dia de São Miguel.
E depois porque um antigo morador da cidade costumava receber muitas pessoas em
sua casa, e contava muitas histórias acompanhadas de uma risada gostosa, por
isso ficou conhecido por “Seu Gostoso”. Logo o município foi denominado São
Miguel do Gostoso.
E essa característica do Seu Gostoso se perpetua por todos os habitantes da cidade. Em cada loja ou restaurante que entrávamos, todos nos contavam as histórias da cidade, e como eu e minha amiga quase não gostamos de conversar, acabamos saindo de lá conhecendo a história de todos que vivem lá!
E essa característica do Seu Gostoso se perpetua por todos os habitantes da cidade. Em cada loja ou restaurante que entrávamos, todos nos contavam as histórias da cidade, e como eu e minha amiga quase não gostamos de conversar, acabamos saindo de lá conhecendo a história de todos que vivem lá!
Um pouco pelo fato de não termos aproveitado muito a praia por causa da chuva, mais um pouco por termos ido na baixa temporada, e muito mais ainda por termos sentido que a cidade nos acolheu de todas as formas, sem saber explicar bem o porquê, tenho certeza que essa não foi minha última viagem a São Miguel do Gostoso e já fico pensando em aproveitar qualquer feriado pra voltar pra lá!
Day 1: Caminhada na praia pra queimar a macaxeira
Chegamos em Natal e fomos de carro até São Miguel do Gostoso. Do aeroporto de
Natal em São Gonçalo do Amarante são 100 km até São Miguel, e como a estrada
está boa dá pra fazer em pouco mais de uma hora.
Logo após nossa chegada, debaixo de chuva,
resolvemos caminhar pelas praias de São Miguel, desde a Praia do Maceió, onde estava nossa pousada, passando pela Praia da Xêpa (onde estão a maioria dos
restaurantes da cidade), do Cardeiro
e do Santo Cristo, onde ficam as
escolas de kitesurf. Lembrando que essa região é literalmente “onde o vento faz
a curva”, na esquina do Brasil, portanto o que você mais verá por lá são parques
eólicos e kite-surfistas de todas as nacionalidades. O vento é tanto que até
andar na praia é mais difícil, as rajadas chegam a doer e você volta
da caminhada parecendo um bife à milanesa.
Como era baixa temporada, as praias estavam
bem vazias, e durante as caminhadas víamos apenas praias desertas, com exceção
de um pescador ou um kitesurf de vez em quando...
Ficamos no Chalé da Moringa ou, para os nativos, a “Pousada de André”, que
largou seu emprego em Curitiba e foi pra lá plantar melão, abrir uma pousada e
um restaurante-balada chamado Espaço Mix.
Day 2: O que fazer além de relaxar na rede quando o dia amanhece chuvoso?
O dia amanheceu chovendo de novo, e aproveitamos
para fazer mais uma caminhada pelas praias, embaixo de chuva mesmo, descansar e
conhecer o centro de Gostoso. Nesse dia, também fomos até a famosa praia de Tourinhos, a 8km de Gostoso, para ver o
pôr-do-sol, mas o máximo que conseguimos foi ver um arco-íris que apareceu
depois que a chuva cessou.
Day 3: Finalmente o sol resolveu aparecer!
Finalmente o sol apareceu, e aproveitamos o
tempo bom para conhecer os parrachos da Praia
de Perobas, município de Touros,
a 30km de Gostoso. No caminho, aproveitamos para dar uma paradinha na Praia da Lagoa do Sal, muito atentas
para enxergar a pequena placa que indica a entrada, depois dos coqueiros, do
lado esquerdo da rodovia.
Os Parrachos de Perobas são como os famosos de Maracajaú, que fica um pouco mais ao sul do estado, porém o turismo
ainda não cresceu tão fortemente quanto lá. Mas o passeio é o mesmo: você toma
um barco desde a praia de Perobas até o meio do mar, onde a água não passa do
seu joelho e os peixes e outras espécies marítimas se escondem entre os corais.
No dia em que estive lá, o mar estava bastante agitado, e a maré tão baixa que
o barco quase não passava pelos corais. No caminho, passamos por um farol no
meio do mar, lindo como todos de lá. Não resisti e fiz o meu primeiro “selfie
com o farol”. Como Perobas ainda não fica tão cheio, é mais fácil para
mergulhar com snorkel do que na vizinha Maracajaú, onde os peixes se assustam e
fogem com tanta gente. Mas, na minha opinião de mergulhadora, não dava pra ver
tanta vida, apenas um peixe aqui e outro ali, algumas lesmas do mar, e com
muito custo consegui encontrar uma lagosta escondida debaixo dos corais. Mesmo assim, o passeio valeu a pena.
Na volta, passamos pelo Marco Zero da BR-101, que vai do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, passando por toda a costa brasileira nos seus 4542 km; pelo Farol do Calcanhar, o maior do Brasil com 62m e 298 degraus (infelizmente não pudemos subir pois a área é fechada pela Marinha Brasileira e só abre aos domingos); e fechamos o dia com o pôr-do-sol na Praia do Cajueiro.
Day
4: Passeio de bugue até a praia de Galinhos
Mais um dia de sol, e dessa vez o destino foi o
litoral norte do estado, com um passeio de buggy até Galinhos, a 80km de Gostoso. O
passeio foi sensacional, e como a maré ainda estava baixa conseguimos andar todo o
percurso pela praia! Durante o trajeto passamos por falésias, dunas móveis e
petrificadas, praias desertas ou de pescadores, faróis e inúmeros parques
eólicos. O visual é de tirar o fôlego e as praias mais famosas são as de Tourinhos, Praia do Marco, Enxu Queimado,
Caiçara do Norte, Galos e finalmente Galinhos.
Destaque para o Marco do Descobrimento, onde os potiguares juram que foi lá que
Pedro Álvares Cabral pisou pela primeira vez no território brasileiro; Farol de Santo Alberto e Farol de Galinhos (com direito a mais
alguns selfies!); dunas e lagoas de Galos e para o pôr-do-sol de pirulito, o mais lindo de
toda a viagem na praia de Tourinhos. Dessa vez valeu a pena esperar!
Day 5: Parada em Punaú a caminho de Pipa
Hora de nos despedir de Gostoso com destino a
Pipa. No caminho paramos na Praia de
Zumbi e em Punaú, um restaurante
na beira do encontro do Rio Punaú com o mar. De lá podemos nadar no rio e fazer caminhadas pela praia ou pelas dunas. No final da tarde, mais 3 horas de
viagem até Pipa, que foram ampliadas pela volta que demos na região
metropolitana de Natal e pela chuva que nos acompanhou na maior parte da
viagem.
Restaurantes,
Pousadas e Sites de Interesse em Gostoso:
Restaurantes,
Pousadas e Sites de Interesse em Gostoso:
- Dicas de São Miguel do Gostoso: aquisefazgostoso.com.br ou saomigueldogostoso.com
- Passeio de buggy: passeiosemgostoso.com.br
- Trip Advisor: Referência em turismo, é sempre bom consultar. tripadvisor.com.br/Tourism-g2535593-Sao_Miguel_do_Gostoso_State_of_Rio_Grande_do_Norte-Vacations.html
- Blog Rodando pelo Mundo: Adorei esse post, pois descreve exatamente a mesma sensação que senti na cidade, mas com foco nos esportes: kitesurf, windsurfe e stand-up. rodandopelomundo.com/2013/10/16/gostoso-descubra-encantos-sao-miguel-gostoso-rn
- Chalé da Moringa: aquisefazgostoso.com.br/index.php/2012/05/21/chales-da-moringa
- Espaço Mix: Especializada em pizzas e deliciosas batatas recheadas, às vezes ainda rola uma musiquinha com DJ ou banda regional. batatariaspacomix.blogspot.com.br
- Bar do Tico: Com certeza a melhor relação custo-benefício da região, comida gostosa e barata e ainda de frente para a Praia do Cardeiro, no ponto de encontro dos kites. O caldo de arraia é espetacular! saomigueldogostoso.com/portugues/comida_ficha.php?id=8
- Genesis: Comida deliciosa e restaurante super charmoso e bem decorado. revistadeguste.com/noticia/2013
- Ideia de Jerico: Ambiente acolhedor e comida elaborada de um chef paulistano, que também largou tudo pra se mudar pra lá e ainda levou toda a família. sites.google.com/site/restauranteideiadejerico
- Pizzaria Quintal: Não provei a pizza, mas foi eleita a melhor de Gostoso e o ambiente é super aconchegante. aquisefazgostoso.com.br/index.php/2012/05/17/pizzaria-quintal
- O Jardim do Seridó: Não gostei da comida mexicana, mas a moqueca parecia boa, e o restaurante fica de frente para a praia da Xêpa. saomigueldogostoso.com/portugues/comida_ficha.php?id=14
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